Um dos traços culturais mais marcantes do brasileiro é o seu calendário pouco ortodoxo: embora o réveillon seja tão celebrado, é depois do carnaval que o ano "oficialmente" começa (mesmo que todo trabalhador saiba mais do que ninguém que não há folga quando o assunto é garantir o sustento).
Com o ano enfim ganhando tração neste mês de fevereiro, é hora de colocar para rodar os grandes projetos de interesse coletivo no Espírito Santo, com a união de forças estaduais e municipais. 2024 tem as peculiaridades de um ano eleitoral, no geral com muitas entregas, mas o que se espera acima de tudo é a superação dos gargalos que atrasam o crescimento econômico e a justiça social. É fato que esses projetos não começaram agora e, por isso mesmo, precisam contar com o empenho geral para que os objetivos traçados de concluí-los dentro do custo e do prazo sejam atingidos.
Na base de tudo, saúde e educação: não somente com as garantias constitucionais no acesso, mas com ganho de qualidade. Há metas para essas áreas e elas precisam ser perseguidas obsessivamente. O ano já se inicia com o desafio da dengue, o que vai exigir políticas públicas de saúde eficientes tanto pelas cidades quanto pelo Estado. E o aprimoramento da educação, com suas deficiências de ensino e a necessidade de se mostrar como um portal de oportunidades para os mais jovens, o que terá retorno em produtividade e impacto inegável em interromper o ciclo das mazelas da criminalidade. A segurança pública, obviamente, é área sensível no Espírito Santo que acaba de passar a um novo comando.
É preciso dar cabo das pendências na infraestrutura capixaba: as soluções para a BR 262 e a BR 101, com problemas distintos, precisam sair do papel o quanto antes. A modernização das rodovias federais que cortam o Espírito Santo são imprescindíveis para a consolidação logística, para aumentar a competitividade. Principalmente diante da necessidade de contornar as perdas da reforma tributária já promulgada.
Lembrando que o turismo é a principal promessa de geração de riquezas, mas não se constrói um polo estruturado sem a condução de políticas públicas que fomentem e atraiam investimentos. O Espírito Santo é repleto de atrativos, mas ainda carece de uma cultura turística, em todos os aspectos.
Há no radar o encaminhamento de importantes obras municipais e estaduais (o Cais das Artes é uma das mais emblemáticas e foi retomada desde o ano passado). Não podemos esperar que as boas notícias continuem chegando. Precisamos contar com o empenho para que os anúncios que já foram feitos de fato sejam realizados, concluídos e que a população possa contar com uma gama de equipamentos e serviços públicos muito melhor. Um novo ciclo se inicia, com a sociedade cobrando e contando muito com esse trabalho de seus governantes e legisladores.
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