A imagem de um carro que parece voar em uma curva da Avenida Fernando Ferrari, em Vitória, até atingir em cheio o portão de uma casa é um flagrante desse comportamento irresponsável ao volante, a alta velocidade, e sua consequência mais óbvia, a perda de controle do veículo e a colisão. Felizmente, nesse caso, sem feridos. Tanta sorte que o motorista conseguiu fugir do local.
A câmera de videomonitoramento, que registrou o barulho ensurdecedor da batida, mostrou aquilo que os olhos de quem circula pelas ruas e avenidas da Grande Vitória veem todos os dias: veículos abusando do excesso de velocidade a qualquer hora do dia, desrespeitando a sinalização, furando sinais. E nada acontece para impedi-los.
Para um pedestre, não basta confiar no semáforo vermelho nas vias mais movimentadas: é preciso esperar os carros furarem o sinal para depois colocar o pé na pista. Isso é comum, por exemplo, na Avenida Dante Michelini, em Vitória. Na Fernando Ferrari, cenário do acidente, também. Os carros estão voando pelas ruas, sem que haja algum tipo de fiscalização mais efetiva no dia a dia, para além das blitze de Lei Seca.
A presença de agentes de trânsito, em todos os municípios, não pode ser pontual, mas recorrente nos horários de pico e nos pontos das cidades em que são visivelmente mais necessários. É um mapeamento possível, com os dados disponíveis de acidentes, o que pode inibir a direção imprudente.
Em alguns locais mais movimentados, como a própria curva da Fernando Ferrari, as calçadas deveriam estar mais protegidas para evitar que pedestres sejam atingidos. A infraestrutura urbana precisa estar sob constante observação do poder público, para proporcionar segurança com obras contingenciais que podem salvar vidas.
No Bom Dia ES desta terça-feira (28), na TV Gazeta, o morador da casa atingida contou que esta é a terceira vez que um veículo se choca com o portão. Ora, já é uma estatística importante para a prefeitura pensar em soluções para o local.
A instalação de radares, como forma de fiscalização e punição, é uma forma de proteger esses trechos mais perigosos. E isso vale para outras vias dos demais municípios da Grande Vitória.
Há um descontrole no trânsito na Região Metropolitana, observável por qualquer pessoa que precise se deslocar. Muita imprudência e negligência. Muita falta de respeito. Tudo permeado pelo excessso de velocidade. Está faltando um ordenamento mais efetivo, com fiscalização atuante, para conter os maus comportamentos. E é fundamental o engajamento da sociedade civil, na cobrança por soluções. Ou vamos continuar só lamentando os acidentes?
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