O segundo turno é o mecanismo para cravar a maioria dos votos válidos nas eleições majoritárias. É um aprimoramento democrático. É bem verdade que, no Espírito Santo, os eleitores não estão muito acostumados a retornarem às urnas com esse propósito: a última ocasião na qual uma eleição para o governo estadual foi decidida em segundo turno foi em 1994.
O recado das urnas, quando 28 anos depois o atual governador Renato Casagrande disputa com Carlos Manato o segundo turno, é o de que o eleitor deseja mais tempo para tomar a decisão que vai valer pelos próximos quatro anos. De preferência, com um debate mais aprofundado do que foi até agora sobre as prioridades para o Estado em todas as áreas. Segurança pública, saúde, educação, infraestrutura, o eleitor que vai estar diante das urnas em 30 de outubro quer propostas com viabilidade, que não se percam nas generalidades.
O segundo turno dá um novo rumo para as campanhas, no sentido de costura de alianças partidárias. É essa articulação que vai atrair os votos necessários para consolidar a maioria. Mas o eleitor continua sendo o protagonista, é ele que deve ter suas necessidades saciadas para fazer a sua escolha.
O adiamento dessa decisão não é uma derrota para o Estado, tão acostumado a definir as eleições no primeiro turno. Pelo contrário, é a chance de não falhar nessa escolha. O atual governador Renato Casagrande tem um governo bem avaliado, enquanto Carlos Manato teve a confiança de parte considerável do eleitorado para se cacifar para um segundo round.
Ambos devem responder aos anseios dos eleitores que os colocaram frente a frente: se querem a continuidade da atual gestão ou se preferem seguir por um novo caminho. O segundo turno vai trazer essa resposta.
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