
É inadmissível que a região da Praia do Suá, em Vitória, localizada entre os morros de Jesus de Nazareth e da Garrafa tenha virado uma praça de guerra na madrugada desta terça-feira (18), com o intenso tiroteio que ecoou também pelos bairros vizinhos, Bento Ferreira e Enseada do Suá. Não é a primeira vez que a população vive uma noite de medo e apreensão sob o fogo cruzado das disputas do tráfico na Grande Vitória, mas é mais um degrau que se sobe na escalada de violência testemunhada nos últimos anos.
Desta vez, de acordo com informações do aspirante Polito, do 1º Batalhão de Polícia Militar, repassadas em entrevista à TV Gazeta, os disparos foram feitos por criminosos dos morros de Jesus de Nazareth e da Morro da Garrafa. "Não temos relatos de confrontos diretos, a informação até o presente momento é de que os disparos ocorreram tanto de uma região quanto de outra", explicou.
Ora, é possível que não tenha sido apenas uma demonstração de força, mas uma troca de tiros entre dois morros separados pela Praia do Suá. Foram tantos tiros que a vidraça da janela do banheiro de uma moradora do bairro acabou atingida, assustando ela e a filha. Uma noite em que vários moradores relataram que os tiros pareciam próximos demais.
Uma proximidade que já faz parte do cotidiano dos moradores dessas e de outras comunidades em que o tráfico, lamentavelmente, dita os rumos das vidas das pessoas. A convivência com tiroteios é real e constante para muita gente, e isso também deve causar indignação. Não dá para se acostumar com o fato de que tantos cidadãos tenham medo dentro da própria casa ou não consigam circular com tranquilidade pelas ruas.
As autoridades de segurança pública, bem como governo e prefeitura, devem encarar essas repetidas afrontas como as excepcionalidades que são e, para contê-las, é preciso tratá-las com como algo que não pode ser aceito, com o poder público se fazendo presente na defesa da paz. Ministério Público e Judiciário precisam se envolver, bem como deputados e senadores. É preciso dar um freio nessas demonstrações de poder feitas à bala, em uma disputa na qual a população não escolheu estar.
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