A semana começou em Vitória com um tiroteio na região de Gurigica que vitimou um paciente internado em uma clínica da Avenida Leitão da Silva. Um capítulo lamentável de uma cidade que acabou de saber, pelo Censo 2022, que teve um crescimento populacional ínfimo, de apenas 1%, entre 2010 e 2022.
Os desafios urbanos, por outro lado, continuam se avolumando. Principalmente se considerarmos que, apesar de ter a maior parte de seu território em uma ilha, a Capital não está isolada na Grande Vitória.
A segurança pública acaba sendo mesmo uma das grandes preocupações da população. As cenas de um assalto na Praia do Canto, na quarta-feira (28), causam ansiedade porque há sempre a possibilidade de uma abordagem criminosa se transformar em uma tragédia. A mãe, que em um ato de desespero entrou em luta corporal com o bandido, acabou atingida por disparo no joelho.
Se os moradores ficam aflitos com a sensação de insegurança, quem visita a cidade acaba não tendo a percepção dos perigos. O Píer de Iemanjá, na Praia de Camburi, é um dos locais mais procurados para caminhadas ou pedaladas, principalmente nos finais de semana, ao fim de tarde.
Mas, por volta das 21h desta terça-feira (27), três turistas do Rio Grande do Sul e de São Paulo foram assaltados por criminosos que fugiram de barco. É a primeira vez, pelo menos nos últimos anos, que há registro de uma ocorrência com essas características, o que deve deixar as forças policiais mais atentas com as movimentações na região.
A violência no trânsito também é uma marca que mancha a cidade. Na terça-feira (27), uma turista paranaense morreu ao atravessar a movimentada Avenida Nossa Senhora dos Navegantes, na Enseada do Suá, para alcançar o hotel em que estava hospedada. Uma notícia triste demais, que infelizmente não é um caso isolado.
Vitória é uma cidade repleta de encantos, com boa qualidade de vida para boa parte da população, mas pode ser bem intimidante em alguns aspectos. É como um microcosmo de um país que não consegue superar suas disparidades sociais, que acabam se refletindo na violência urbana, em todas as suas formas.
Esses acontecimentos brutais desta semana devem servir como um alerta, tratado com seriedade pelas autoridades. Vitória — assim como a Região Metropolitana, o Espírito Santo e o Brasil — precisa ser mais amigável com seus moradores e com seus visitantes.
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