Ciclovias na Grande Vitória ainda são insuficientes e desorganizadas

Quanto mais ciclovias pelas cidades, há mais estímulo de segurança para as pessoas adotarem as bicicletas como meio de transporte, embora muitos trabalhadores já façam isso por necessidade

Publicado em 16/05/2024 às 01h00
Ciclovia
Ciclovia na Rua Dona Maria Rosa termina sem integração com o trânsito na região do bairro Andorinhas. Crédito: Fernando Madeira

Não faz nem nove meses que a Grande Vitória passou a contar com a Ciclovia da Vida nos 3,5 km da Terceira Ponte, que liga Vitória a Vila Velha. É um marco para a mobilidade urbana, por ampliar as possibilidades de locomoção, por trabalho ou lazer,  entre uma cidade e outra. Uma infraestrutura que seria considerada de vanguarda em qualquer grande centro urbano do planeta.

Assim como essa obra emblemática, há outras ilhas de qualidade no que diz respeito às ciclovias na Grande Vitória, como os trechos da Avenida Rio Branco, da Praia de Camburi, da Avenida Vitória e da Adalberto Simão Nader, em Vitória,  das orlas de Vila Velha e de Cariacica e da recém-inagurada Rotatória do Ó, na Serra. O problema é justamente este: são mesmo ilhas, isoladas e sem acesso facilitado, e para chegar até elas o ciclista precisa navegar por mares revoltos.

Qualquer cidade moderna tem uma ampla malha de ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas, que são as delimitações previstas pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Quando implantadas pelo poder públicos nas cidades, tornam o uso de bicicletas mais amigável e seguro.

A malha cicloviária na Grande Vitória é de 218 km.  Mas é notório que ela é maior e está mais bem conectada na Capital, que ainda assim demora para resolver os problemas de alguns acessos, como o da própria Ciclovia da Vida. No geral, as cidades ainda encaram as ciclovias com um tom de elitismo: a qualidade da infraestrutura nas regiões mais nobres é visivelmente superior. Em Vila Velha isso também fica bastante explícito. 

Quanto mais ciclovias pelas cidades, há mais estímulo de segurança para as pessoas adotarem as bicicletas como meio de transporte, embora muitos trabalhadores já façam isso por necessidade.

As administrações municipais também precisam estar mais atentas à manutenção: buracos e rachaduras acabam se formando de tempos em tempos.  E não pode faltar uma atenção especial à fiscalização quanto ao seu uso por veículos motorizados que são proibidos por lei de dividirem o espaço com as bicicletas comuns e elétricas.

As ciclovias da Grande Vitória, em muitos casos, ainda são isoladas. Começam e terminam do nada, levando a lugar nenhum. Mais do que insuficientes, são ineficientes e desorganizadas.

Há soluções de trânsito, como a adoção de ciclofaixas e ciclorrotas, além  de calçadas compartilhadas, que podem minimizar esses problemas e garantir mais segurança para quem resolve adotar a bike como meio de transporte. 

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