Quem acompanha as matérias publicadas diariamente por A Gazeta com os números da pandemia no Espírito Santo está ciente do aumento de casos de Covid-19 no Estado nas últimas semanas. Na sexta-feira (3), foram 831 novas infecções em 24 horas. Felizmente, esse aumento não está sendo acompanhado de um crescimento expressivo de óbitos - foram dois na data citada -, após um mês de maio que registrou 20 dias sem mortes. Contudo, continuam sendo perdas que não podem ser desprezadas.
O crédito pela queda na letalidade é das vacinas. Não por menos há tanta expectativa para a segunda dose de reforço (também chamada de quarta dose) para o público adulto, já que nesta virada de semestre começa a completar seis meses desde a liberação da terceira dose. O Ministério da Saúde já autorizou o início da imunização para as pessoas com mais de 50 anos, que deve ser iniciada em breve no Espírito Santo, mas diante do aumento de casos impõe-se a necessidade de um cronograma, para que o público das faixas etárias mais jovens já tenham a segurança de que serão contemplados dentro de determinado prazo.
A população está tateando no escuro quando o assunto é a continuidade da vacinação contra a Covid-19, pois ainda não se definiu um calendário de imunização. Não se sabe quais públicos deverão ser vacinados, nem mesmo a periodicidade. Falta comunicação do governo federal, responsável pela aquisição das vacinas e pelo planejamento.
Com o início das discussões sobre o orçamento, esse é um tema de primeira ordem na agenda nacional. A pandemia, embora menos letal, ainda persiste e o acesso universal a vacinas pelo SUS é o que vai garantir a manutenção das atividades sociais e econômicas.
Especialistas defendem a quarta dose para o público adulto como uma estratégia de fortalecimento da imunidade, mas veem com mais preocupação o fato de a vacinação ter estagnado entre as faixas etárias que podem se vacinar no momento, principalmente entre os mais vulneráveis. No Espírito Santo, entre os maiores de 60 anos, apenas 46% receberam a quarta dose. E na população adulta, entre 18 e 59 anos, 44% tomaram a terceira.
É inexplicável que tantos estejam com o esquema incompleto, afinal o que se viu em 2021 foi uma adesão emocionada à vacina, com números expressivos na primeira e na segunda doses. A queda da mortalidade pode ter tido um impacto nessa desmobilização, mas é preciso reacender esse compromisso social com a saúde pública. A vacina ainda é a melhor estratégia de proteção coletiva.
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