Uma jovem de 19 anos e duas adolescentes de Linhares que participaram de um vídeo com comentários racistas que circula nas redes sociais, cuja repercussão se tornou nacional, vão ter de encarar a Justiça por seus atos.
E vão ter que encarar todas as consequências disso em todos os aspectos de suas vidas, daqui para frente, com impactos nas relações sociais e profissionais.
A denúncia do Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES) apontou que as três “a todo momento riam e faziam chacota da situação, quando diziam, de forma pejorativa, a palavra ‘preto’, desclassificando não apenas a pessoa a qual elas se referiam, mas todas as pessoas pretas, desmerecendo em específico a raça, inserindo pessoas de cor preta em posição de inferioridade em decorrência da cor".
Racismo é inaceitável em qualquer circunstância. Mas é mais do que uma questão de trato social: racismo (e injúria racial) é crime. Só no ano passado, entre janeiro e 13 de novembro, o Espírito Santo registrou 135 casos de racismo e injúria racial.
No anonimato da internet, os ataques raciais se proliferam. E causa perplexidade ver alguém que se prontifique, voluntariamente, a ligar uma câmera e fazer comentários depreciativos sobre pessoas negras. Mas acontece, principalmente no tom do que passou a ser chamado de "racismo recreativo", na forma de piadas. O que também é crime.
É lamentável que em pleno 2024 isso ainda seja encarado como brincadeira. E que a internet seja palco para isso. Mas, felizmente, as leis não deixam de valer no ambiente virtual.
O que se espera de qualquer cidadão é que não desmereça ninguém pela cor da pele, não há nenhuma graça nisso, pessoalmente ou pela internet. Mas, quando as injúrias raciais dão as caras, a lei deve estar pronta para ser aplicada.
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