Pra variar, estamos em guerra, diz a conhecida canção de Rita Lee e Roberto de Carvalho eternizada por Elis Regina. Há incontáveis guerras sendo travadas, longe ou bem perto daqui. A pandemia que vem em ondas, com suas tréguas de tempo imprevisível, é a mais evidente.
Com o anúncio da ofensiva russa na Ucrânia nesta quinta-feira (24), após meses de tensão, tem início uma guerra literal, sem figuras de linguagem, com perspectivas de perdas humanas, destruição, crise de refugiados e impactos econômicos e políticos. Um confronto que chegou atropelando o planeta, já com suas feridas bem abertas.
Já sendo considerada a maior crise militar em território europeu desde a Segunda Guerra Mundial, o conflito gera ansiedade pelo potencial destrutivo, com os países envolvidos direta ou indiretamente, concentrando os maiores arsenais de guerra do mundo, inclusive nuclear.
Não se desmerece aqui o drama dos incontáveis e recorrentes conflitos na África, na Ásia e, sobretudo, no Oriente Médio. O terrorismo também não deixa de ser uma estratégia bélica cruel, comum nas últimas décadas. A guerra não declarada provocada pela violência em países latino-americanos, impulsionada pelo tráfico, entra nesse combo. No Brasil, foram 41 mil assassinatos em 2021, uma guerra que está longe de ser metafórica.
Sem falar que a iminência de um conflito de grandes proporções desequilibra a economia e acaba afetando os mais pobres em escala mundial. O comércio exterior sofre impacto com possíveis sanções, que não prejudicam somente os países aos quais elas são impostas. Variações cambiais, aumento no preço do petróleo, tudo tem efeito econômico.
E o Brasil, especificamente, por seguir debilitado financeiramente, com cenário de desemprego, inflação e juros altos, arrisca-se a sofrer novas derrotas na guerra contra o empobrecimento da sua população. Um país cada vez mais fragilizado.
Os ataques na Ucrânia alimentam uma desesperança em um período que, por tudo o que foi dito, já vem sendo muito difícil. Não que a humanidade nunca tenha atravessado intempéries ainda mais turbulentas, em períodos nos quais nem havia um entendimento internacional de busca pela paz. Hoje, há mecanismos da diplomacia e do direito internacional que servem como freios à barbárie, mesmo que os organismos que busquem garantir algum nível de civilidade estejam sob ataque nesses tempos tão estranhos.
Pra variar, as perspectivas em curto prazo não são otimistas. O que não quer dizer que não há solução. A ambição comum deve ser sempre para que a liberdade, a democracia e a paz prevaleçam.
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