Continuidade na Grande Vitória não é carta branca para prefeitos eleitos

Weverson Meireles, na Serra, é a única novidade, mas foi eleito no segundo turno como sucessor político do atual prefeito. Assim como nas demais cidades em que os incumbentes foram reeleitos, os ouvidos devem continuar abertos aos anseios da população

Publicado em 29/10/2024 às 01h00
Os prefeitos eleitos da Grande Vitória (a partir do primeiro no alto, à esquerda, sentido horário): Euclério Sampaio (Cariacica), Lorenzo Pazolini (Vitória), Weverson Meireles (Serra) e Arnaldinho Borgo (Vila Velha)
Os prefeitos eleitos das maiores cidades da Grande Vitória (a partir do primeiro no alto, à esquerda, sentido horário): Euclério Sampaio (Cariacica), Lorenzo Pazolini (Vitória), Weverson Meireles (Serra) e Arnaldinho Borgo (Vila Velha). Crédito: Arte A Gazeta

VitóriaVila Velha e Cariacica reelegeram seus prefeitos com votações expressivas já no primeiro turno, seguindo a tendência nacional consolidada no segundo turno, com 81% dos incumbentes do país conseguindo se manter no cargo por mais quatro anos. Das quatro maiores cidades da Grande Vitória, somente a Serra não seguirá administrada pelo mesmo prefeito dos últimos quatro anos, mas por alguém alçado ao cargo como seu sucessor político. O que também dará um caráter de continuidade à gestão que se iniciará em 2025.

Lorenzo Pazolini, em Vitória, Arnaldinho Borgo, em Vila Velha, e Euclério Sampaio, em Cariacica, não foram mantidos no cargo sem razões. A maioria da população de cada município aprovou a gestão de cada um deles, o que não significa que inexistam críticas e demandas represadas. É essa a sabedoria de um prefeito reeleito: não se iludir com a condição de aprovação, que nunca é irrestrita, e encaminhar as soluções para as pendências. Da zeladoria das cidades às obras de infraestrutura. Da segurança pública às melhorias na educação e na saúde. A gestão do trânsito, por exemplo, está na ordem do dia.

O novato Weverson Meireles também carrega essas responsabilidades. Diferentemente dos demais, a eleição na Serra sinaliza um desejo da maioria do eleitorado por continuidade, mas é certo que com novas impressões digitais. O que não pode é dar as costas para o eleitor.

As reeleições da Grande Vitória mostraram que a população quer gestão e entrega. A ideologia não é preocupação da municipalidade, o que se espera é a solução dos problemas. É qualidade de vida, principalmente. Mas nada  disso é possível sem equilíbrio financeiro.

E o céu não será de brigadeiro nos próximos quatro anos: a tendência, segundo especialistas, é de que a bonança financeira dos municípios se esgote até 2026. Será mandatório aos prefeitos a promoção de ajustes financeiros, para não serem pegos de surpresa pelas incertezas de conjuntura. A aplicação da reforma tributária também será um desafio nos próximos anos, com perdas de receitas.

Nesse cenário, os mandatos passados, aprovados pelos eleitores nesta eleição, são um assunto do passado, é obrigatório olhar para frente, para tudo o que precisa ser feito. Os prefeitos podem, contudo, aproveitar a força política de suas reeleições para atuar em bloco, de forma mais integrada, afinal muitos dos problemas da Grande Vitória são compartilhados. Esse é um anseio antigo, que pouco andou: talvez esteja aí uma oportunidade de fazer diferente. 

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