Vitória, Vila Velha e Cariacica reelegeram seus prefeitos com votações expressivas já no primeiro turno, seguindo a tendência nacional consolidada no segundo turno, com 81% dos incumbentes do país conseguindo se manter no cargo por mais quatro anos. Das quatro maiores cidades da Grande Vitória, somente a Serra não seguirá administrada pelo mesmo prefeito dos últimos quatro anos, mas por alguém alçado ao cargo como seu sucessor político. O que também dará um caráter de continuidade à gestão que se iniciará em 2025.
Lorenzo Pazolini, em Vitória, Arnaldinho Borgo, em Vila Velha, e Euclério Sampaio, em Cariacica, não foram mantidos no cargo sem razões. A maioria da população de cada município aprovou a gestão de cada um deles, o que não significa que inexistam críticas e demandas represadas. É essa a sabedoria de um prefeito reeleito: não se iludir com a condição de aprovação, que nunca é irrestrita, e encaminhar as soluções para as pendências. Da zeladoria das cidades às obras de infraestrutura. Da segurança pública às melhorias na educação e na saúde. A gestão do trânsito, por exemplo, está na ordem do dia.
O novato Weverson Meireles também carrega essas responsabilidades. Diferentemente dos demais, a eleição na Serra sinaliza um desejo da maioria do eleitorado por continuidade, mas é certo que com novas impressões digitais. O que não pode é dar as costas para o eleitor.
As reeleições da Grande Vitória mostraram que a população quer gestão e entrega. A ideologia não é preocupação da municipalidade, o que se espera é a solução dos problemas. É qualidade de vida, principalmente. Mas nada disso é possível sem equilíbrio financeiro.
E o céu não será de brigadeiro nos próximos quatro anos: a tendência, segundo especialistas, é de que a bonança financeira dos municípios se esgote até 2026. Será mandatório aos prefeitos a promoção de ajustes financeiros, para não serem pegos de surpresa pelas incertezas de conjuntura. A aplicação da reforma tributária também será um desafio nos próximos anos, com perdas de receitas.
Nesse cenário, os mandatos passados, aprovados pelos eleitores nesta eleição, são um assunto do passado, é obrigatório olhar para frente, para tudo o que precisa ser feito. Os prefeitos podem, contudo, aproveitar a força política de suas reeleições para atuar em bloco, de forma mais integrada, afinal muitos dos problemas da Grande Vitória são compartilhados. Esse é um anseio antigo, que pouco andou: talvez esteja aí uma oportunidade de fazer diferente.
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