A satisfação de ver um projeto tão relevante para o Espírito Santo sendo inaugurado, como é o caso do Contorno do Mestre Álvaro, supera todas as frustrações da jornada até aqui. Os percalços devem ficar como aprendizado, é claro. Mas para frente é que se anda, e as perspectivas que se abrem com essa nova rota conectam os capixabas diretamente com o futuro.
Para começar, basta o fato insuperável de que os seus 19,7 quilômetros vão liberar o perímetro urbano da Serra, até agora atravessado pela BR 101, do tráfego de veículos pesados. Em janeiro deste ano, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) fez um levantamento com os pontos mais críticos das rodovias federais em território capixaba, e o trecho entre o km 260 e o km 270 estava em segundo lugar nessa relação, com 46 acidentes graves.
O Contorno do Mestre Álvaro tem início no km 249 e termina no km 275 da BR 101, e tem tudo para transformar essa realidade violenta. A inauguração, nesta sexta-feira (15), é um marco civilizatório.
O que também já se vislumbra no horizonte é uma rodovia moderna, com 2,3 quilômetros de vias elevadas projetadas sobre as áreas alagadiças, que exigiram soluções de engenharia inovadoras. Um caminho com potencial de proporcionar crescimento econômico, ao aumentar a competitividade com mais segurança logística.
E há aqueles aspectos intangíveis, mas não menos importantes: a nova estrada capixaba atravessa uma região repleta de belezas naturais, dando novas perspectivas visuais de um ícone capixaba: o Mestre Álvaro, com seus mais de 800 metros de altitude, vai poder ser visto por ângulos bem menos conhecidos de grande parte da população. E isso abre possibilidades também para o turismo.
O presidente Lula vem cortar a faixa do Contorno do Mestre Álvaro, iniciada em 2019, no governo Bolsonaro. É importante que, nesta visita, tenha a dimensão das demandas do Espírito Santo, sobretudo na área de infraestrutura. As obras do Contorno foram alimentadas principalmente com emendas parlamentares, até entrarem no PAC neste ano. Sem a articulação das autoridades estaduais em Brasília nos últimos anos, do governador Renato Casagrande à bancada federal, a demora poderia ter sido maior.
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