O governo em Brasília é novo, mas espera-se que a promessa seja a última. O novo prazo para a entrega do Contorno do Mestre Álvaro, dado pelo ministro dos Transportes, Renan Filho, durante visita ao Estado na última sexta-feira (24), é novembro deste ano. Quer dizer, outubro ou novembro, o ministro não cravou o mês. Nenhuma novidade diante de uma obra com histórico de promessas não cumpridas e atrasos de cronograma desde antes de sair do papel.
Em janeiro, a última publicidade sobre o andamento das obras veio do governador Renato Casagrande, ao assegurar os recursos para a finalização — aproximadamente R$ 100 milhões — oriundos de emendas e de recursos do orçamento da União. Contudo, não garantiu a conclusão das obras em 2023 "por conta das chuvas". A visita do ministro, portanto, bateu o martelo sobre o calendário.
Quando se fala que a obra teve início em 2019, fica a impressão de que nem há tanto atraso assim, diante de obras que se estenderam por mais tempo no Estado. Mas é preciso manter os olhos no retrovisor, porque a novela vem de antes. O contrato foi assinado em 2014, e pouco depois o Tribunal de Contas da União (TCU) encontrou irregularidades no projeto que se arrastaram até serem solucionadas. Entre 2017 e 2018, foram incontáveis idas e vindas sobre o início das obras, o que só se confirmou em 2019.
Desde então, com o cronograma de três anos para a entrega dos 19 quilômetros de extensão, a conclusão da obra sempre esteve cercada de incertezas. Por mais certo que seja o impacto desse novo trecho para reduzir o tráfego de veículos pesados na Serra (estima-se uma queda de 30%), tanto no aspecto logístico quanto no de segurança.
A promessa do ministro Renan Filho não é muito diferente da feita em setembro passado pelo então ministro da Infraestrutura de Bolsonaro, Marcelo Sampaio. Na ocasião, ele havia dito que a obra seria finalizada "até o final do ano que vem". Um compromisso genérico, mas próximo ao feito pela atual gestão. Só resta esperar que seja um bom presságio.
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