Um ano depois, uma cratera que ocupa toda a faixa do sentido Fundão - Santa Teresa da ES 261, na altura do km 97,7, permanece por lá, inabalável, como se ninguém se incomodasse.
É como se a rodovia não fosse fundamental para o transporte da produção rural da Região Serrana para a Grande Vitória. Mesmo que tudo o que venha a dificultar a logística acabe gerando um custo adicional e atrapalhando a competitividade.
É como se Santa Teresa não fosse, atualmente, um importante polo de turismo, que atrai cada vez mais visitantes com sua agenda de festivais durante todo o ano, seus restaurantes e suas pousadas bucólicas.
É como se não fosse importante ver esse turismo crescer ainda mais, sobretudo com o apelo da imigração italiana, presente em sua arquitetura. Vale lembrar, o setor é um dos que pode gerar mais arrecadação para o Estado diante das perdas da reforma tributária. Não é uma aposta, é um investimento.
É como se tampouco a ES 261 fosse importante para o deslocamento dos moradores entre as cidades da região. É como se colocar vidas em risco fosse o de menos. Algo banal.
Após um ano, o Departamento de Edificações e de Rodovias do Espírito Santo (DER-ES) informou que a contenção da erosão e restauração do pavimento estão sendo enfim realizados. E dá um prazo para a conclusão dos trabalhos: abril de 2024.
O que explica tanta demora? Para se ter uma ideia, o aviso de abertura de licitação foi em maio (seis meses após as chuvas de dezembro de 2022 que abriram o buraco), a empresa vencedora só foi anunciada em 24 de agosto. Uma burocracia que deveria ser simplificada em casos tão urgentes.
É como se estivéssemos no Brasil, portanto.
LEIA MAIS EDITORIAIS
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.