O Espírito Santo mostra que está vencendo dificuldades e incertezas com o crescimento de 2,5% no segundo trimestre na comparação com o primeiro. Isso dá novo ânimo ao cenário econômico. Não é espetacular porque a base de comparação é fraca, já que nos três primeiros meses do ano houve recuo de 0,1% em relação ao mesmo período de 2018. Mas a reversão de resultado mostra a potencialidade de importantes setores, apesar da conjuntura adversa no mercado interno e da desaceleração no comércio internacional.
O avanço no segundo trimestre foi impulsionado pelo comércio varejista, com crescimento de 2,3%, e do setor de serviços, com alta de 0,9%. Aliás, desde o ano passado, os números referentes a essas atividades têm puxado o PIB do Estado.
Há um significado social importante nos números do comércio e dos serviços. Ambos mostram como o movimento da economia é sentido pelas pessoas. Refletem o nível de consumo, intensificado em função da expansão do emprego no Estado. No primeiro semestre foram criados 18,8 mil postos com carteira assinada, dos quais 8,6 mil nas empresas prestadoras de serviços.
A economia do Espírito Santo cresceu 2,5% no segundo trimestre ante os três meses anteriores, enquanto o PIB do Brasil avançou apenas 0,4%, na mesma comparação. Mas a disparada capixaba poderia ser muito maior, não fossem ocorrências simultâneas. Uma, é a redução do valor da safra de café. Os R$ 3,76 bilhões que os produtores deverão embolsar neste ano significam 18,6% menos do que R$ 4,61 bilhões obtidos com a colheita em 2018. São R$ 860 milhões a menos. Faz muita falta à economia em mais de 60 municípios do Estado, principalmente na região Norte.
Outro fator preocupante é a instabilidade do comércio exterior - o viés de maior peso no PIB estadual. Houve redução de 3,4% no valor dos embarques a partir do Espírito Santo, no primeiro semestre, comparado a igual período de 2018. Esse cenário tem influído fortemente no desempenho da indústria capixaba. A produção caiu 7,3% no segundo trimestre, ante o primeiro, e 12% ao longo do semestre.
No acumulado do ano, até junho, o PIB capixaba cresceu 0,2%, mas pode encerrar 2019 com a ampliação do consumo interno, refletindo alta do emprego e alguma melhoria no setor internacional. A reforma da Previdência também injetará alento.
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