Uma difícil rotina: as semanas no Espírito Santo têm começado com uma sensação de ressaca, com o gosto amargo da violência no trânsito durante os finais de semana. Muitas cenas beiram o absurdo: de uma Ferrari destruída em uma rodovia na Grande Vitória ao sargento dos Bombeiros baleado por um motorista durante o resgate de um acidente.
O que aconteceu com a Ferrari não se sabe oficialmente. Mas motoristas que passavam pelo local relataram que o veículo teria aquaplanado, e estava em alta velocidade. Ora, é praticamente um clichê por ser tratar de um automóvel que atinge altas velocidades, mas a situação acaba sendo emblemática do que se vê no trânsito o tempo todo: limites de velocidade são constantemente ignorados.
Isso foi abordado neste espaço na última semana e seguirá sendo repetido: o monitoramento da velocidade nas ruas, avenidas e estradas precisa ser mais eficiente. Recursos tecnológicos para tanto existem: os radares e "pardais". Além de, quando for possível, é claro, fiscalização humana.
O que nos leva a um outro episódio que chamou atenção no final de semana, quando um sargento do Corpo de Bombeiros que prestava socorro em um acidente envolvendo um carro e uma moto em Anchieta foi alvejado por um dos condutores envolvidos. Não bastasse a brutalidade no trânsito, ela acabou extrapolando para um profissional que estava no local para fazer o seu trabalho. É como se não houvesse lei, com a instituição da barbárie.
Para completar, não dá para esquecer dos acidentes que continuam a tirar a vida de pessoas abruptamente. Na noite de sábado (3), duas mulheres morreram numa colisão frontal na BR 262, em Conceição do Castelo. E mais duas pessoas que, também no sábado à noite, não resistiram a um acidente entre um carro e uma moto em Muniz Freire. Mais vítimas do trânsito contabilizadas, número que no primeiro semestre deste ano já ultrapassou o de homicídios.
Quem vai continuar mandando no trânsito? As leis que existem para civilizá-lo, colocando ordem no caos, ou a vontade de cada motorista? Se todos continuarem se achando os donos da rua, fazendo suas próprias regras, o caos vai ser a norma. Cada um por si, passando por cima uns dos outros.
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