De Santa Teresa a Itarana: como mudar o destino de uma rodovia marcada pela tragédia?

O Espírito Santo tem gargalos de segurança viária que recebem mais holofotes, sobretudo nas rodovias federais como a BR 101 e a BR 262. Mas é preciso dar a atenção necessária à malha viária estadual

Publicado em 03/06/2024 às 01h00
Rodovia
A história por trás das 37 cruzes fincadas às margens da Serra do Limoeiro em Itarana. Crédito: Roger Botelho

Às margens do quilômetro 46 da ES 261, entre Itarana e Santa Teresa,  37 cruzes corroídas pelo tempo simbolizam, na região da Serra do Limoeiro, o histórico de acidentes no local.  O trecho, asfaltado desde 1986, coleciona tragédias no trânsito, deixando marcas na vida de quem vive na região. Uma história que mereceu destaque na seção Capixapédia, de A Gazeta.

Chega a ser melancólico que o memorial improvisado, idealizado em 2013 por um sargento aposentado da Polícia Militar e um padre de Itarana, não tenha surtido mudanças significativas na segurança do trecho ou em mais prudência dos condutores. Uma placa no local diz, em letras garrafais: "Trecho com alto índice de acidentes".

Mas o protesto, simbolizado pelas cruzes fincadas na beira da estrada, tem um peso, ao simbolizar a inércia. Quando 500 moradores de Itarana se mobilizaram em 2013 para levar as cruzes em procissão ao local, ficou evidente o clamor social por mais segurança na via. Um grito coletivo por melhorias viárias pelo poder público, mas também por mais prudência, principalmente dos condutores de caminhões pesados que trafegam pelo local e são os principais envolvidos em acidentes.

Na reportagem de Mariana Lopes para a Capixapédia, o Departamento de Edificações e de Rodovias do Espírito Santo (DER-ES) foi procurado e afirmou que há um projeto de reabilitação do trecho, com previsão de início para o segundo semestre de 2024, sem mais detalhes. A conferir.

O Espírito Santo tem gargalos de segurança viária que recebem mais holofotes, sobretudo nas rodovias federais como a BR 101 e a BR 262. São demandas importantes, pelo tamanho do fluxo e pela importância logística dessas vias. Mas é preciso dar a atenção necessária à malha viária estadual, onde os acidentes seguem tirando muitas vidas. As cruzes da Serra do Limoeiro, em algum momento, podem simbolizar a mudança de destino de um trecho marcado pela tragédia.

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