Uma reportagem deste jornal mostrou que, apesar da explosão de casos de dengue no Espírito Santo, a Covid ainda é mais letal no Espírito Santo neste ano de 2024. Ambas são doenças infecciosas, mas com graus de letalidade distintos e características epidemiológicas também diferentes. O que tem chamado a atenção é que, desde o aparecimento da Covid-19, é a primeira vez em que as ondas das duas enfermidades coincidem.
O que leva, inclusive, a dúvidas na hora de buscar um diagnóstico, por conta de alguns sintomas parecidos. Covid ou dengue? Muita gente tem feito essa pergunta.
Por mais que a Covid-19 esteja mais controlada do que nos anos de pandemia, de 1º de janeiro até 17 de fevereiro deste ano, o Brasil já registrou 1.325 mortes, segundo o Conass. A média móvel de casos no país está em alta desde a segunda semana do ano, de acordo com dados do Ministério da Saúde.
Idosos e pessoas com comorbidades são as principais vítimas, e as brechas na vacinação, que começou com adesão massiva que ao longo do tempo se dispersou, pioram a situação. Para se ter uma ideia, a vacina bivalente, que ataca as novas cepas, foi aplicada em 16% da população.
Enquanto isso, o Ministério da Saúde coloca na rua a primeira campanha de vacinação contra a dengue. O Espírito Santo recebeu 58.530 mil doses, distribuídas para as 23 cidades contempladas com o imunizante nesta primeira fase da campanha. O público-alvo é formado por crianças de 10 e 11 anos.
Isso no momento em que o Brasil ultrapassou os 970 mil casos prováveis de dengue. O Espírito Santo é um dos estados que decretaram emergência e receberá, neste sábado (2), a ministra da Saúde, Nísia Trindade, para uma ação do Dia D de Mobilização Nacional Contra a Dengue. O Estado será referência para a campanha de combate aos focos do mosquito.
A população tem para onde correr nos dois casos: a vacinação é uma importante estratégia de proteção. No caso da dengue, ainda sem impactos no atual surto, já que se trata de uma vacina de duas doses, com intervalo de três meses entre as duas. Mas é assim que se dará início a uma cobertura vacinal no futuro. Além das estratégias sanitárias de combate ao mosquito, que dependem bastante do comportamento individual, mas também do engajamento do poder público.
A Covid-19 foi a protagonista da maior crise sanitária dos últimos tempos, causando mais de 700 mil mortes no Brasil. A dengue, com seus ciclos epidêmicos, desde os anos 1980 se esconde em alguns anos, mas não sai de cena. Em pleno 2024, há informações suficientes sobre cuidados que podem garantir mais proteção contra ambas.
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