Os casos de dengue dispararam no Espírito Santo nas últimas semanas. De acordo com dados do 6º boletim epidemiológico, divulgado na quinta-feira (15), foram notificados 19.088 casos do dia 31 de dezembro de 2023 a 10 de fevereiro de 2024.
Mas o que mais chamou atenção foi a disparada de casos na comparação entre a 5ª semana (28/1 a 3/2) e a 6ª (4/2 a 10/2): de 4.332 notificações para 6.068. A incidência no Estado é de 469,68 casos por 100 mil habitantes, considerada alta pelo Ministério da Saúde.
Uma morte foi confirmada neste período, em Laranja da Terra, o segundo município com maior incidência da doença no Estado, atrás apenas de Água Doce do Norte.
O Espírito Santo viu o número de casos explodir em 2023, quando foram registradas 98 mortes. Em novembro, o subsecretário de Estado de Vigilância em Saúde, Orlei Cardoso, afirmou que se tratava da maior epidemia de dengue já registrada no Espírito Santo. E, pelo caminhar das notificações, o ano de 2024 segue desafiador.
Em 2024, as projeções do Ministério da Saúde apontam que o número de casos no Brasil pode chegar a 4,2 milhões, sendo que já foram registrados mais de meio milhão de casos prováveis de dengue e 84 óbitos em todo o país.
A situação do país, e do Espírito Santo, é preocupante. O enfrentamento da dengue requer um poder público atuante nos níveis federal, estadual e municipal, com políticas públicas contínuas de fiscalização e prevenção. O Ministério da Saúde anunciou que vai destinar R$ 1,5 bilhão a estados e municípios para as medidas emergenciais. Para receber o recurso, o estado ou município deve enviar ao governo federal um ofício com a declaração de emergência em saúde.
Ou seja, há recursos destinados para combater essa epidemia provocada por um mosquito que, de acordo com especialistas, pode estar se proliferando com mais facilidade diante das mudanças climáticas. O que não exime a população do seu papel de eliminar possíveis focos, muito menos do poder público de garantir esse ordenamento com fiscalização contínua.
A luta contra a dengue é de todos. Inclusive, a batalha tem, a partir deste ano, uma aliada importante: a vacina. Crianças de 10 a 11 anos serão as primeiras a serem vacinadas, em municípios de maior incidência. Mas já há uma movimentação no Ministério da Saúde para ampliar a oferta. No longo prazo, é possível que a cobertura vacinal reduza os impactos dessa doença que não dá trégua ao país.
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