Desenvolvimento de Vitória precisa se espalhar pelo interior do ES

Regiões interioranas têm de se tornar mais atraentes aos investimentos, com projetos que auxiliem na busca de alguma vocação econômica

Publicado em 27/01/2023 às 00h45
Vitória
Ponte da Passagem e Convento da Penha vistos a partir da Ufes, em Vitória. Crédito: Fernando Madeira

Vitória ocupa a segunda posição entre as capitais com a maior renda média do país.  Em comparação com o próprio Espírito Santo, a  Capital também se destaca: o valor médio estadual é cerca de metade do de Vitória (R$ 2.163).

É um tanto óbvio que esse dinheiro se concentre nas regiões metropolitanas. É nas capitais que se localizam as sedes de empresas e os principais órgãos públicos estaduais e federais. As melhores instituições de ensino também estão nas maiores cidades, e essas circunstâncias combinadas ajudam a atrair profissionais mais qualificados que, com seus sarrafos salariais colocados no alto, contribuem para elevar a renda média.

Mas esse é apenas um parâmetro de desenvolvimento. As grandes cidades se encontram diante de grandes desafios, com problemas de infraestrutura e mobilidade urbana decorrentes de um crescimento desordenado, que acentua as desigualdades e tem impacto na segurança pública. A perda de qualidade de vida é uma consequência inevitável desse cenário.

Ao mesmo tempo, as cidades menores não conseguem reter sua população, com a falta de empregos e oportunidades para os jovens que iniciam a carreira, muitos deles já tendo deixado suas casas para dar continuidade aos estudos em municípios de maior porte. Mas nem todos têm essa chance. É um ciclo que se repete a cada geração.

Não é sem razão que o governo Renato Casagrande, na Carta de Compromissos em Gestão Fiscal 2023, tenha colocado a redução das desigualdades sociais e regionais e a interiorização do desenvolvimento como uma das cinco metas.

No documento, ficou firmado que a política de interiorização do desenvolvimento socioeconômico "deve assimilar por referência os municípios e regiões não pertencentes à Grande Vitória e não abrangidos pela área de atuação da Sudene". Não se trata de abandonar as regiões mais desenvolvidas, que seguem enfrentando seus desafios urbanos, mas tentar alcançar um equilíbrio que se desdobre em mais justiça social.

É fazer com que regiões interioranas se tornem mais atraentes aos investimentos, com projetos que auxiliem na busca de alguma vocação econômica. O caminho pode ser  a indústria, o turismo, o agronegócio.  Também cresce a cada dia a demanda por inovação, que dialoga com todos os setores produtivos. E, claro, a qualificação profissional deve ser sempre estimulada, com projetos educacionais mais ousados.

As regiões menos favorecidas na geografia do desenvolvimento capixaba precisam de projetos que envolvam também a iniciativa privada. O desenvolvimento econômico precisa chegar com fôlego e de forma sustentável ao interior, garantindo bem-estar e acesso a serviços aos moradores das pequenas cidades. E, claro, mais renda.

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