Diplomação de Lula sacramentou a decisão das urnas em 2022

Cerimônia no TSE afastou qualquer possibilidade conspiratória sobre as eleições de outubro e reforçou a plenitude democrática do país

Publicado em 13/12/2022 às 01h00
TSE
Alexandre de Moraes, presidente do TSE, durante a diplomação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Crédito: Ueslei Marcelino/Reuters/Folhapress

cerimônia de diplomação do presidente eleito no Brasil simboliza desde 1946 a formalização da vontade popular que emerge das urnas. É o rito que marca o fim do processo eleitoral, antecedendo a posse, mas neste ano de 2022 ganhou maior relevância institucional, diante da insistência de apoiadores bolsonaristas na manutenção, antidemocrática, no poder do presidente que ainda ocupa o cargo, Jair Bolsonaro.

Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), que preside o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), responsável pela diplomação, fez um discurso oportuno e enfático, com a compreensão do importante passo que foi dado na solenidade: 

"Além do reconhecimento da regularidade e da legitimidade da vitória da chapa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice-presidente Geraldo Alckmin, essa diplomação atesta a vitória plena e incontestável da democracia e do Estado de Direito contra os ataques antidemocráticos, contra a desinformação e contra o discurso de ódio proferidos por diversos grupos organizados que, já identificados, garanto serão integralmente responsabilizados. Para que isso não retorne nas próximas eleições."

Moraes atravessou com suas palavras as pautas conspiratórias do bolsonarismo, derrubando-nas: "Jamais houve uma fraude constatada nas eleições realizadas por meio das urnas eletrônicas". Também condenou os ataques ao Judiciário e a desinformação "no intuito de desacreditar as notícias veiculadas pela mídia tradicional". Reforçou que "a democracia se constrói, se solidifica, prospera e fortalece uma nação quando a discussão de ideias é mais importante que a imposição obtusa de obsessões". 

Não é exagero afirmar que a diplomação nunca teve tanta importância quanto neste 2022. O que por décadas foi mero protocolo antes da posse, nesta segunda-feira (12) teve o peso de uma chancela ao processo democrático brasileiro. A chapa Lula-Alckmin está agora apta ao Planalto.  Luiz Inácio Lula da Silva, ao ser empossado em 1º de janeiro, terá também um compromisso com o exercício democrático. E fez questão de dar essa sinalização em seu emocionado discurso.

Alexandre de Moraes foi bem específico quanto a isso, ao direcionar suas palavras a Lula: "Senhor presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, eleito por 60 milhões, 345 mil e 999 eleitoras e eleitores, mas a partir de 1º de janeiro de 2023, Vossa Excelência será o presidente de 215 milhões, 461 mil e 715 brasileiras e brasileiros".  É essa dimensão de nação que o país tem pressa em recuperar.

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