É a boa gestão que faz o Espírito Santo crescer mesmo na adversidade

O Estado se distingue do Brasil por mérito da gestão pública e também da iniciativa privada que, mesmo sangrando, estão empenhadas em reverter um cenário tão difícil

Publicado em 20/09/2021 às 02h00
ES
Com R$ 40 bilhões produzidos no trimestre, o ES atingiu o nível pré-pandemia. Crédito: Montagem AG/Carlos Alberto Silva e Pixabay

crescimento apresentado pelo Espírito Santo nos meses de abril, maio e junho, de 0,4%, é um retrato distinto do país no mesmo período, quando houve um recuo de 0,1% no PIB, nacionalmente. Duas realidades que, se não podem ser comparadas levando em conta somente as características econômicas do país e do Estado, cabem ser explicadas sobretudo pelo compromisso maior ou menor com a organização fiscal.

Espírito Santo está aí para comprovar que, mesmo com a crise sanitária ainda em curso, é possível produzir riquezas na adversidade quando o poder público cumpre o seu papel. Com R$ 40 bilhões produzidos no trimestre, atingiu-se o nível pré-pandemia.

É louvável o Espírito Santo conseguir dados positivos em um momento tão desafiador. Se a economia já vinha cambaleante desde 2015, com a recessão que provocou um tsunami de desemprego no país que até hoje não teve recuo, o sonho de estabilidade e crescimento ficou ainda mais distante com a crise sanitária e a incapacidade do governo federal de colocar ordem na casa.

O presidente Jair Bolsonaro foi eleito com essa promessa, de reconstrução do Estado para fortalecê-lo, mas o tom reformista de sua gestão começou a desafinar logo após a reforma da Previdência.

No Espírito Santo, a música tocada tem sido outra há algum tempo. Com harmonia, a última década viu governos se sucederem mantendo o compromisso com o equilíbrio fiscal, sem rupturas. Uma noção muito bem compreendida do que são políticas de Estado tanto por Paulo Hartung quanto por Renato Casagrande. E mesmo que o atual ocupante do Palácio Anchieta tenha encontrado uma pandemia no meio do caminho, o engajamento se manteve. As notas A do Tesouro acumuladas são resultado dessa visão racional de gestão e de direcionamento dos gastos públicos.

Há expectativa de que o avanço da vacinação tenha um impacto ainda maior nos números do terceiro trimestre. O resultado positivo em abril, maio e junho se deveu sobretudo ao comércio, mas também ao setor de serviços, que encontrou menos restrições no período na comparação com os momentos em que medidas mais duras tiveram de ser tomadas para conter a pandemia.

Mas a recuperação neste segundo semestre de 2021 pode ser freada pela conjuntura nacional, sobretudo a escalada da inflação e a crise energética. O Espírito Santo, portanto, precisa continuar se movimentando para driblar, dentro do possível, essas intempéries.

O Estado se distingue do Brasil por mérito da gestão pública e também da iniciativa privada que, mesmo sangrando, estão empenhadas em reverter um cenário tão difícil. Essa disposição em gerar oportunidades e a vigilância no controlar gastos têm de ser constantes. Não podemos comemorar o presente e esquecer do futuro. As ações devem sempre ser alicerçadas pensando no Espírito Santo que pretendemos ser amanhã.

A Gazeta integra o

Saiba mais

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.

A Gazeta deseja enviar alertas sobre as principais notícias do Espirito Santo.