A violência que se disseminou na Ilha do Príncipe, na Capital, no período natalino é mais um capítulo assustador das movimentações do tráfico na Grande Vitória. A recorrência da brutalidade imposta por criminosos aos moradores expõe um modus operandi que só muda de endereço. E, mesmo assim, o Estado ainda não é capaz de se impor e garantir a segurança, por mais que se mobilize para isso.
O terror testemunhado na Ilha do Príncipe já teve vez em locais como Piedade, Moscoso, Alagoano, Caratoíra, Bairro da Penha, só para citar alguns bairros de Vitória que protagonizaram episódios de violência nos últimos dois anos. A motivação sempre gira em torno de conflitos pelo domínio das regiões.
Ninguém precisa mais apontar que o vácuo deixado pelo poder público abre espaço para a atuação das facções criminosas. É, com perdão da ironia, ponto pacífico em qualquer debate. Como trazer essas comunidades de volta às rédeas da lei e da civilidade é o que tira o sono da sociedade, por quase sempre exigir uma transformação pelas vias da cidadania da qual ainda se está demasiadamente distante.
Algo que passa inevitavelmente pela educação e pela verdadeira democratização das oportunidades, com políticas públicas que comecem a enxergar o potencial dos moradores dessas comunidades nos mais distintos setores. A criminalidade não pode ser um investimento com retorno garantido, o que só ocorre quando não se tem nada a perder.
A idealização não faz mal, é um objetivo que deve ser perseguido por um país que almeje ser mais justo e equânime. Mas é preciso partir de algum lugar, mesmo que as condições ainda estejam longe das ideais.
Há áreas de alta vulnerabilidade social que precisam desde já de uma atuação policial que envolva inteligência e valores humanistas, que construa a cidadania. O que não impede que criminosos sejam punidos com rigor, dentro da lei.
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Não dá para seguir encarando tanta violência com naturalidade. A guerra do tráfico não pode continuar acontecendo no meio da rua, com bandidos atirando sem (ou com) direção, acertando rivais e quem nada tem a ver com isso. Quem vive nesses bairros marcados pela violência urbana precisa ter a chance de começar a viver em paz.
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