Educação a distância: freio de arrumação do MEC vem em hora certa

É uma oportunidade de organizar e aprimorar uma modalidade de ensino que, além de inclusiva, se mostrou essencial como alternativa emergencial

Publicado em 12/06/2024 às 01h00
Educação a distância
Educação a distância. Crédito: Artem Podrez/Pexels

A educação a distância (EaD) se transformou, durante a pandemia de Covid-19, em ensino remoto emergencial. Não restam dúvidas que, sem a expertise adquirida nas últimas décadas na modalidade, o processo educacional durante a crise sanitária teria sido ainda mais sofrido do que foi. Fomos salvos pelas novas tecnologias, sim, mas também pela bagagem metodológica da educação a distância.

Encerrado esse capítulo sem precedentes, a educação a distância manteve sua relevância. O Censo da Educação Superior 2022, divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e pelo Ministério da Educação (MEC) em outubro do ano passado, mostrou que o número de ingressos em cursos de graduação a distância (EaD) em 2022 ultrapassou os 3 milhões, uma marca histórica.

A educação remota é um caminho sem volta, um mundo de possibilidades, com o acesso a aulas possível nos mais distantes pontos do país, sem amarras com tempo ou espaço. No Brasil, a EaD tem sido responsável, para citar um exemplo, pela inclusão indígena. Mas, como contraponto a esse fluxo positivo, está a baixa qualidade do ensino oferecido em algumas instituições. As carências de infraestrutura, como o acesso à internet de qualidade, também são um entrave.

A decisão do MEC de fazer uma revisão do marco regulatório, ao suspender a criação de novos cursos de graduação a distância, bem como de novas vagas e polos EaD até 10 de março de 2025, vem em boa hora. É um freio de arrumação necessário, sobretudo diante do crescimento da procura por esses cursos, vistos também como uma alternativa pelo custo mais baixo e por atenderem quem precisa conciliar trabalho e estudo.

"Além da avaliação sobre as possibilidades e condições de oferta de cursos específicos, o MEC pretende promover um processo de diálogo público sobre aspectos relevantes que irão orientar a revisão das atuais regras de credenciamento e autorização de cursos, formas de avaliação, parâmetros de qualidade e diretrizes da educação a distância", informou a pasta em nota. Estão previstas para este ano reuniões gestores, especialistas, conselhos federais e representantes das instituições de educação superior sobre a oferta de cursos a distância.

É uma oportunidade de organizar e aprimorar uma modalidade de ensino que, além de inclusiva, se mostrou essencial como alternativa emergencial. A experiência adquirida nos anos de distanciamento social também pode contribuir para a evolução do EaD. A expansão, testemunhada nos últimos anos, precisa acontecer com planejamento e qualidade para conseguir atender às demandas contemporâneas na educação.

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