O novo coronavírus tem exigido medidas firmes do poder público em todo o planeta. Diante do ineditismo da tarefa, ao se enfrentar um inimigo desconhecido, os líderes têm se amparado nos pilares possíveis neste momento - os fatos, a ciência e o bom senso. Ações que vão da restrição à circulação de pessoas ao suporte a empresas unem esforços para mitigar os impactos da pandemia em suas duas esferas, a sanitária e a econômica. E o Espírito Santo tem seguido a cartilha das boas práticas.
Desde que o primeiro caso da Covid-19 no Estado foi confirmado, no dia 5 de março, o governador Renato Casagrande anunciou uma série de medidas alinhadas com as recomendações do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS), para evitar a disseminação da doença, impedir o colapso da rede hospitalar e poupar vidas, foco da luta.
A mais importante delas é o isolamento social, preconizado por todas as autoridades médicas como a mais eficiente. Apesar de alguma grita em contrário, o Estado suspendeu aulas, reduziu a atividade econômica aos serviços essenciais e prometeu a regulação do funcionamento das atividades autorizadas a continuar de portas abertas.
Quando foi preciso, Casagrande subiu o tom para reforçar o óbvio àqueles que andam na marcha a ré da razão: isolamento não é histeria, é estratégia. “Nós não podemos pagar para ver”, disse o chefe do Executivo estadual, em pronunciamento nas redes de televisão, em uma resposta às atitudes imprudentes do presidente Jair Bolsonaro, desconectadas de estudos e experiências bem-sucedidas, que acabaram por incendiar uma parcela dos brasileiros.
O Espírito Santo também tem defendido, acertadamente, o aumento da capacidade de testagem em massa, para que se tenha o cenário mais realista possível da pandemia, que permita a adoção de táticas de combate mais certeiras. Antecipando-se a panoramas mais funestos - indesejados, mas infelizmente plausíveis, dada a ferocidade do vírus -, o Estado ampliou a oferta de leitos, adquiriu 50 respiradores e planeja a construção de um hospital de campanha. Ganhou margem de manobra com o aumento de R$ 50 milhões no orçamento da Secretaria de Saúde e ainda tem estudado maneiras de transferir mais recursos para o enfrentamento ao coronavírus.
No front econômico, Casagrande desburocratizou processos, adiou o recolhimento de tributos e abriu linha de crédito para empreendedores. Para ajudar as empresas a navegar durante a crise, instituiu a suspensão por três meses do Simples Nacional e anunciou aporte de R$ 30 milhões para MEIs e economia solidária e de R$ 70 milhões, com regras especiais, para micros e pequenas que não demitirem durante a pandemia, como forma de preservar as empresas e os empregos.
Para mitigar os impactos sociais que vêm a reboque, o Estado vai distribuir cestas básicas a alunos de famílias cadastradas no CadÚnico. Há mais a ser feito para a população de baixa renda, em comunidades onde o braço do poder público, em todas as suas esferas, já não chega com o apoio necessário, mas esse é um começo.
Outro enorme obstáculo a ser solucionado é a aglomeração no transporte público, que o próprio governador admitiu ser um desafio. Mas ele precisa ser vencido urgentemente. A superlotação nos coletivos, que já criticável em condições normais, é imperdoável em meio a uma pandemia. A questão merece a mesma rapidez e diligência que Renato Casagrande tem dispensado a outras áreas.
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