O mês de janeiro foi próspero no Espírito Santo: o número de abertura de empresas no primeiro mês de 2024 teve um crescimento de 20% na comparação com o mesmo período de 2023. Em números absolutos, foram 1.690 novos registros neste ano contra 1.407 empreendimentos no ano passado.
Os dados da Junta Comercial apontam para o maior número de novas empresas em janeiro dos últimos 15 anos, o que mostra um cenário de otimismo, com novos empreendedores se empenhando para deslanchar seus negócios.
Lembrando que, na Junta Comercial, são registradas empresas do tipo sociedades empresariais (LTDA e S/A), empresário individual – não MEI –, cooperativa, consórcios e grupos de empresas. O MEI é registrado diretamente no Portal do Empreendedor, portanto não consta no levantamento da Junta Comercial.
A outra face da moeda é que, no mesmo período, houve aumento do fechamento de empresas: em janeiro de 2024, 1.106 encerraram suas atividades no Estado, enquanto no mesmo período de 2023 foram 1.052. Embora o saldo do mês permaneça positivo, ele reflete o desafio que continua se impondo no país sobre quem tem ambições empresariais: manter os negócios de portas abertas, com prosperidade.
Mais que a mera disputa por mercado, muitos negócios padecem de má gestão e falta de planejamento financeiro, sobretudo as pequenas e médias, sem capital de giro, com baixo volume de vendas e sem acesso a crédito.
Em nível nacional, o Mapa das Empresas, uma ferramenta do governo federal, mostra que em 2023 foram abertas 3.868.687 empresas no país, um aumento de 0,7% em relação ao ano anterior. Por outro lado, 2.153.840 empresas foram fechadas, um crescimento de 25,7% em relação ao ano anterior.
O Mapa das Empresas coloca o Espírito Santo e o Piauí como os estados com o menor tempo de abertura (9 horas) de empresas no 3º quadrimestre de 2023. É incontestável que houve redução paulatina da burocracia nos últimos anos, sobretudo com a digitalização e a redução de documentações exigidas. O próprio fechamento de empresas foi facilitado com simplificações na legislação.
Tudo se resume a um bom ambiente de negócios, e por mais que avanços sejam testemunhados, os desafios ainda se impõem. A promessa de redução da complexidade tributária dâ novos ânimos ao empresariado, mas ainda vai levar tempo para se concretizar. Assim como é sempre esperada a redução da taxa de juros, para viabilizar o empreendedorismo.
O Brasil precisa de crescimento econômico e estabilidade institucional para criar um ambiente favorável para a vida empresarial: com empresas que abram suas portas e permaneçam assim.
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