ES está entre os melhores da turma, mas sarrafo ainda é baixo

Especialistas afirmam que o Ideb precisa ser aprimorado. Com os parâmetros de hoje, a avaliação não mede as desigualdades educacionais dos sistemas de ensino ou dentro de uma mesma escola

Publicado em 19/08/2024 às 01h00
Sala de aula
Sala de aula. Crédito: Shutterstock

É muito bom se destacar, estar entre os melhores, no topo do pódio, como vimos recentemente nas Olimpíadas de Paris. No que diz respeito à aprendizagem no ensino médio, o Espírito Santo tem motivos de sobra para comemorar a nota no  Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb): com 4,8, ficou em segundo lugar, atrás apenas do Paraná, com nota 4,9.

Assim, apesar de não encabeçar o ranking como no Ideb de 2019, o Estado manteve a mesma nota daquele ano. Uma importante recuperação após a queda na nota registrada em 2021, quando conseguiu 4,5 e ficou na terceira posição nacional. Importante recordar que a última avaliação foi realizada durante o período pandêmico, quando a crise na educação foi mundial.

No Ideb de 2023, os alunos do Espírito Santo conseguiram também o melhor resultado do país em matemática, com a nota 286,96 no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb).  Quando são considerados o ensino médio tradicional e o médio integrado à educação profissional, o Espírito Santo consegue o melhor resultado do país, com nota 4,8, ao lado de Goiás.

Mas, pela primeira vez desde a sua criação, em 2007, o Ideb não estabeleceu as metas que deveriam ser atingidas pelas escolas. Os parâmetros de 2023 acabaram sendo os mesmo de 2021. E a meta estabelecida para o ensino médio na ocasião foi 5,2. Os patamares de aprendizado no resultado geral foram considerados muito baixos, e as deficiências registradas ao longo da vida escolar têm um impacto no fim do ensino médio, quando os alunos não apresentam familiaridade nem com conceitos mais simples, como o de porcentagem.

No Espírito Santo, é importante que os resultados estejam impulsionando o aumento da oferta de escolas em tempo integral no ensino médio.  Mas vale lembrar que essa é uma meta prevista no Plano Nacional de Educação (PNE), que estabelece a oferta de “educação em tempo integral em, no mínimo, 50% das escolas públicas, de forma a atender, pelo menos, 25% dos(as) alunos(as) da educação básica”.

Especialistas afirmam que o Ideb precisa ser aprimorado. Com os parâmetros de hoje, a avaliação não mede as desigualdades educacionais dos sistemas de ensino ou dentro de uma mesma escola. A própria noção do que é qualidade do aprendizado precisa ser rediscutida. Porque, por mais que existam ilhas de excelência no ensino, as deficiências são crônicas. Estar entre os melhores no Brasil é muito bom, mas não torna a situação confortável.

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