ES está no radar de investimentos e empresas de fora. E isso não é por acaso

Há um panorama otimista da economia capixaba pela perspectiva da atração de investimentos privados e da chegada de novas empresas ao Estado

Publicado em 09/05/2022 às 02h01
Dinheiro
Espírito Santo teve recorde de investimentos privados em 2021. Crédito: Carlos Alberto

Na semana de estreia de sua coluna neste jornal, Abdo Filho traçou um panorama otimista da economia capixaba pela perspectiva da atração de investimentos privados e da chegada de novas empresas ao Estado. Um otimismo, contudo, que tem os pés no chão. Sem expectativas mirabolantes ou inviáveis, mas resultado de visão e planejamento implementados ao longo de duas décadas no Estado. Nada é por acaso.

primeira coluna publicada mostrou que em 2021 houve recorde de investimentos privados no Espírito Santo.  O valor total dos aportes aprovados no Invest-ES (Programa de Incentivo ao Investimento no Estado do Espírito Santo) chegou a R$ 10,7 bilhões, o maior desde o início da série histórica, em 2003. O programa, especificamente, foi criado e sancionado em 2016 para contribuir para a expansão, modernização e diversificação dos setores produtivos do Espírito Santo.

Nada é por acaso. Por trás desse resultado - foram R$ 10,7 bi aprovados em um ano, cifra que quase atingiu os R$ 11 bi registrados nos cinco anos anteriores somados - há um processo de transformação de duas décadas. Se voltarmos ao ano de 2002, o Espírito Santo era conhecido como um "estado sem lei", com direito até a pedido de intervenção federal para combate ao crime organizado. Hoje é reconhecidamente um Estado organizado, com finanças equilibradas e cada vez mais atrativo para o investidor, resultado de gestões que apostaram no equilíbrio fiscal nos últimos 20 anos. Sem confiança que garanta um ambiente de negócios sadio, o dinheiro não vem. Ele foge.

E há também a consolidação de um posicionamento estratégico. Há grandes investimentos em logística e centros de distribuição em território capixaba, impulsionados pelo crescimento do e-commerce, sobretudo durante a pandemia.  Não é por acaso: o Espírito Santo, assim, tira proveito da própria localização privilegiada no país, e o resultado, como publicado por Abdo em outra coluna, são 2 milhões de metros quadrados de galpões prontos, com a expectativa de mais 1 milhão de metros quadrados entregues até o final deste ano.

Não se pode deixar de mencionar o foco na inovação. Os R$ 250 milhões do Fundo de Investimentos em Participações do Governo do Espírito Santo vão atrair novos investidores para o Estado dentro da cultura das startups. Um processo de aceleração que tem tudo para construir um novo polo de inovação dentro do país. E isso, quando ocorrer, tampouco será por acaso.

"Tem muita coisa na área de óleo e gás, empresas de logística e também empresas que criam plataformas para inovação. Estavam fora do circuito dos investimentos e agora terão acesso", antecipou Pedro Waengertner, CEO da ACE, aceleradora que vai gerir o fundo em parceria com a TM3 Capital, em entrevista ao colunista. 

 Os investimentos têm potencial para a geração de emprego e a criação de um ecossistema empresarial que também promova avanços de infraestrutura. É a criação de um legado, que pode ser relevante para o desenvolvimento econômico e social daqui para frente como o Fundap foi no passado.

Os avanços são fruto das boas decisões estratégicas e financeiras das últimas décadas, colhidas agora. E não se trata só de atrair investimentos, mas de distribuir de maneira eficiente os ganhos de arrecadação com entregas para a população, é isso que as pessoas esperam. É uma relação ganha-ganha, resultado de organização e planejamento. Nunca é por acaso.

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