O desempenho do Espírito Santo no ranking nacional de alfabetização na idade certa, com a terceira posição, foi vigoroso, sem dúvida. Um avanço importante, sobretudo após o abismo em que esteve a educação na pandemia. Esses foram os primeiros resultados do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada, programa do Ministério da Educação lançado em julho do ano passado.
Mas, quando se aponta uma lupa para esse desempenho, no Estado foram 68% de crianças alfabetizadas no 2º ano do ensino fundamental em 2023. Um percentual ainda distante dos 80%, a meta do programa para 2030. No Brasil, o único estado que já alcançou essa linha é o Ceará, com 85% de alfabetizados. O Paraná, na segunda posição, tem 73%.
Ora, há o que comemorar, mas também há muito trabalho pela frente. E o foco do governo estadual e das prefeituras capixabas deve ser o Ceará, estado que é o maior expoente nacional na educação nas últimas décadas. Resultado de políticas de Estado, que perpassam diferentes gestões, com ênfase sobretudo na educação básica. A alfabetização, portanto, é prioridade. E alcançá-la na idade certa, entre os 6 e 7 anos, pode fazer a diferença ao longo da vida escolar da criança.
O impacto para o país é incontestável. As deficiências crônicas na educação cobram seu preço há muito tempo, com a falta de qualificação se colocando como barreira para a produtividade. Não há como viabilizar um crescimento econômico sustentado sem essas bases. E vale lembrar que o mercado de trabalho está em mutação, com as novas tecnologias impondo novas lógicas e novas demandas. A educação está sempre no centro de tudo.
Se o Ceará consegue, o Espírito Santo também é capaz de atingir esse nível de excelência na educação. Mais que a construção de capital humano, é a boa qualidade do ensino, com seus resultados concretos, que vai equalizar as oportunidades e reduzir drasticamente as vulnerabilidades sociais.
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