Bares e restaurantes de todo o Espírito Santo, assim como as academias, passam a exigir o passaporte da vacina para funcionarem durante a quarta onda de Covid-19. Com a explosão do número de casos, que na última semana tiveram sucessivos recordes diários, chegando perto dos 20 mil registros em 24 horas, essa é a forma mais sensata de equalizar os interesses: a medida sanitária permite que as atividades sociais e econômicas tenham prosseguimento no Estado ao reduzir os riscos de contaminação.
A Ômicron desestabiliza o processo de abertura que o Estado atravessava desde os últimos meses do ano passado, mas ações racionais e rápidas são fundamentais para evitar que a situação se deteriore. Por ser mais transmissível e, segundo estudos prévios, ter um menor período de incubação, a variante se torna um desafio para o sistema de saúde e para os próprios setores econômicos, obrigando o afastamento de funcionários, o que tem impacto até mesmo na manutenção das atividades.
O passaporte da vacina não é discriminatório, visto que a imunização no Estado atingiu um patamar no qual crianças, adolescentes, adultos e idosos estão contemplados. Os adultos e idosos que até o momento não completaram o ciclo básico de vacinação não o fizeram por opção própria, não por falta de acesso aos imunizantes. E, se a Ômicron tem provocado esse tsunami de casos sem que isso tenha impacto significativo em internações e mortes, a razão é a barreira erguida pelas vacinas.
A liberdade de escolha continua existindo, o poder público não pode obrigar ninguém a levar uma injeção no braço. Mas a vida em sociedade só é possível e saudável quando se estabelecem consensos. O passaporte já era uma exigência em eventos, ampliá-la para bares, restaurantes e academias acaba sendo natural em um momento de transmissão elevada. O governo estadual acerta ao estabelecer algum controle, e os representantes do setor também, ao se comprometerem com isso.
Contudo, não pode ser uma medida que fique só no papel. A fiscalização precisa existir, e mesmo que seja impossível estar em todos os locais ao mesmo tempo, é preciso criar canais de denúncia e estimular a própria população a estar atenta ao cumprimento da norma.
É uma decisão que, ao proibir o acesso de não vacinados aos estabelecimentos, acaba por protegê-los, já que se sabe que a chance de desenvolverem casos mais graves da doença é maior. Contudo, a maior proteção, chancelada pela ciência, continua sendo atingida quando se recebe a vacina. Espera-se que a cobrança do passaporte seja um estímulo para que mais pessoas se imunizem.
Este vídeo pode te interessar
LEIA MAIS
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.