Ferrovia em marcha lenta é atraso para o Espírito Santo

Enquanto a renegociação entre governo federal e Vale se alonga, sem uma definição, o Espírito Santo vê adiar cada vez mais a efetivação desse ramal ferroviário fundamental para modernizar a infraestrutura logística

Publicado em 15/12/2024 às 22h00
ferrovia
Ferrovia, estrada de ferro. Crédito: Manfred Richter/Pixabay

Em janeiro deste ano, o governo federal  notificou a Vale com a cobrança de R$ 25,7 bilhões em outorgas (direitos de uso) pelas renovações antecipadas das estradas de ferro Vitória-Minas e Carajás (Pará). Renovações que foram assinadas em 2020, pela empresa e pelo governo federal, sob a gestão de Jair Bolsonaro. Quase um ano depois, o imbróglio paralisa o  projeto da ferrovia de Santa Leopoldina a Anchieta, um dos compromissos assumidos pela Vale na renovação antecipada.

A reclamação, pertinente, sobre os atrasos partiu do vice-governador do Espírito Santo e secretário de Estado de Desenvolvimento, Ricardo Ferraço, em entrevista ao colunista Abdo Filho.  Ferraço é o responsável pelo acompanhamento do caso por parte do governo do Estado. Segundo ele, o desenvolvimento do projeto  está completamente parado há pelo menos seis meses.

Enquanto a renegociação se alonga, sem uma definição, o Espírito Santo vê adiar cada vez mais a efetivação desse ramal ferroviário que é planejado para ser o embrião de uma conexão com Presidente Kennedy, onde a primeira fase das obras do Porto Central foi anunciada no início deste mês. E, mais adiante, com o Rio de Janeiro, consolidando a EF-118. Em julho do ano passado, antes do impasse, havia a promessa da Vale de entrega do trecho de 80 quilômetros entre Santa Leopoldina e Anchieta em 2030.

A maior preocupação do vice-governador é com as desapropriações, um processo que já deveria estar em andamento. "A ferrovia vai passar por cidades muito adensadas, caso de Viana, Vila Velha e Cariacica, sem a DUT, não se pode fazer nada para preservar a área do traçado", lamentou. Pelo cronograma original, o prazo para as 739 desapropriações seria em julho de 2025. Logo ali. E, de acordo com Ferraço, os estudos ambientais já estão prontos.

Não há dúvidas de que essa agenda é prioritária para o Espírito Santo no ano que se inicia. O governo do Estado, aliado às bancadas parlamentares em Brasília, precisam continuar fazendo pressão por uma definição que beneficie os investimentos em infraestrutura no Estado. Na palestra de encerramento da 19ª edição do Pedra Azul Summit, o  governador Renato Casagrande reforçou que integração da malha ferroviária ainda é desafio para o Estado.

A  Estrada de Ferro Vitória a Minas liga Belo Horizonte a Cariacica e é uma ferrovia de concessão federal, assim como o trecho da Ferrovia Centro Atlântica (FCA) que já foi utilizado no passado e hoje está em processo de devolução pela operadora VLI no processo de renovação da concessão. Já as quatro ferrovias privadas prometidas para o território capixaba ainda não saíram ainda do papel. Ampliar os trilhos capixabas segue sendo um desafio, mas é de suma importância para fazer a conexão com os nossos portos.

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