
Não há mais tempo a perder: nesta segunda-feira (31), com um ano de atraso, a Vale entregou ao Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) a prévia do licenciamento ambiental para a obra do Ramal Sul da Ferrovia Vitória-Minas, ligando Santa Leopoldina a Anchieta. A ansiedade pelo andamento do projeto é mais do que compreensível, por se tratar de um investimento logístico crucial para o desenvolvimento do Espírito Santo.
O ramal ferroviário é planejado para ser o embrião de uma conexão posterior com Presidente Kennedy, onde as obras do Porto Central já foram iniciadas, e mais adiante com o Rio de Janeiro, consolidando a EF-118. Ora, a ampliação da malha ferroviária, fortalecendo as conexões entre os setores produtivos do país e os portos capixabas, é o que poderá dar ao Estado um protagonismo competitivo.
É uma agenda prioritária e urgente, e, para não ampliar a defasagem do cronograma, o licenciamento ambiental e as desapropriações precisam andar para que a promessa de conclusão da obra em 2030, feita em julho de 2023, seja cumprida.
O acordo consensual entre a Vale e o governo federal que destina R$ 6 bilhões para a construção do ramal foi assinado em dezembro do ano passado. Uma fonte do Ministério dos Transportes, com base em estudos, informou à coluna de Abdo Filho que a obra pode custar menos, R$ 2 bilhões, e ser concluída em menos tempo. Esse é o tipo de informação que não pode passar despercebida: se existe a possibilidade de construir uma ferrovia com mais eficiência, todas as partes saem ganhando.
O ramal terá pouco mais de 80 quilômetros. "Temos exemplos, no Brasil, de execução de 100 quilômetros de ferrovia por ano", informou Leonardo Cezar Ribeiro, secretário Nacional de Transporte Ferroviária. Ou seja, uma obra mais rápida é possível. As questões burocráticas, em se tratando de Brasil, costumam ser o maior entrave. É nesse ponto que se registram os maiores atrasos nesses grandes projetos logísticos, por isso a preocupação com o licenciamento e as desapropriações.
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