Como olhar para a imagem acima, de um automóvel completamente destruído após uma colisão na BR 101, e não achar um completo absurdo? É preciso respirar fundo. Dos seis ocupantes do carro, morreram cinco pessoas, todas da mesma família. A violência é desmedida, em todos os sentidos.
Como pode uma família simplesmente desaparecer? Quantas outras já não tiveram ou terão a mesma sina, enquanto coletivamente não se adota um comportamento menos nocivo ao volante?
Neste fim de semana, quando foram registradas 9 mortes no trânsito no Espírito Santo, em acidentes que deixaram também sete pessoas feridas, muitos familiares e amigos tiveram essas pessoas arrancadas brutalmente de suas vidas.
Não é possível que, como sociedade, não sejamos capazes de canalizar essa indignação para uma transformação efetiva, de corações e mentes. Na quinta-feira (11), neste mesmo espaço, falamos que limites de velocidade existem para serem respeitados, independentemente da presença de radares. Velocidade alta sem que exista segurança para tanto é brincar com a sorte, é colocar pessoas e os próprios motoristas em risco.
A imprudência, é preciso sublinhar, é sempre uma escolha. Um exemplo pulsante do livre-arbítrio.
"Ah, mas a má qualidade da infraestrutura viária também pode causar acidentes."
Claro que sim. E neste espaço a cobrança por rodovias mais modernas e seguras é uma rotina. O acidente que matou a família na BR 101, em Presidente Kennedy, ocorreu em um trecho que ainda não foi duplicado. É possível que tivesse menos gravidade se a obra já tivesse sido feita, e é preciso gritar sempre por mais segurança.
Já o outro acidente na BR 101, em Viana, ocorreu em um trecho duplicado. O motorista de uma carreta parou para um pedestre atravessar, momento em que outra carreta que estava atrás acabou colidindo com o veículo. O impacto da colisão foi tamanho que acabou atingindo o homem, que não resistiu.
Rodovias seguras deveriam ser a regra, o mínimo aceitável para que as pessoas possam circular livres das vulnerabilidades da infraestrutura precária. Mas, no fim das contas, é o comportamento dos motoristas que pode fazer mesmo a diferença.
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