Após a prisão de Fernando Moraes Pereira Pimenta, o Marujo, o traficante até então mais procurado do Espírito Santo, na sexta-feira (8), o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), unidade do Ministério Público do Espírito Santo (MPES), solicitou a inclusão do detento em Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), com regras carcerárias mais rígidas. O encaminhamento de Marujo a um presídio federal não foi descartado.
Marujo já foi condenado por homicídio e vai começar a cumprir uma pena de 51 anos e 6 meses, em regime fechado. Também responde a processos de crimes ligados ao tráfico. Contra o criminoso, havia seis mandados de prisão, um deles referente à condenação, em agosto do ano passado.
O futuro de Marujo no sistema carcerário será determinante para que a saída de cena dele do crime seja efetiva. Trata-se da maior liderança em liberdade até então, no comando de uma facção com ramificações em todo o Espírito Santo e aliada de grandes grupos criminosos nacionais. Não é um ladrão de galinha, e não se pode correr o risco de que continue exercendo sua influência mesmo atrás das grades.
Ora, em 2021, cinco presos, membros da mesma facção de Marujo, tiveram de ser transferidos para presídios federais após a Operação Armistício apurar a comunicação indevida desses detentos com criminosos em liberdade, por meio de advogados. Entre eles, estava Carlos Alberto Furtado, o Beto, considerado líder do PCV.
Não há dúvidas de que interromper o fluxo das ordens que partem de criminosos intramuros seja um dos maiores desafios no sistema penal nos últimos anos no Brasil. Mas é preciso buscar alternativas, sempre dentro da legalidade, para conter a formação desses "escritórios do crime" dentro de presídios.
Marujo é um criminoso considerado de alta periculosidade, o controle sobre ele precisa ser maior. Ou, em pouquíssimo tempo, estará dando ordens para ações criminosas de dentro de sua cela.
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