O Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários (Sindirodoviários) e as empresas do Sistema Transcol vivem um impasse sobre a situação dos cobradores que está afetando a rotina da população nesta semana com os atos que vêm sendo realizados pelos sindicalistas desde a segunda-feira (3) nas garagens das empresas.
Nesse primeiro dia, os ônibus da Santa Zita e da Nova Transportes só voltaram a circular normalmente às 8h30, prejudicando trabalhadores e quem mais necessitasse de transporte público no início da manhã.
O Sindirodoviários, na ação, fiscaliza se os ônibus sem ar-condicionado estão saindo das garagens sem cobrador. Isso porque esses profissionais foram afastados da função no início da pandemia, em 2020, dentro do processo de modernização da frota. Mas, após protestos da categoria, foi firmado um acordo entre as empresas e os rodoviários de que todos os veículos sem ar-condicionado deveriam continuar com cobradores atuando como "recarregadores" do CartãoGV, que aboliu o uso de dinheiro como pagamento.
A Secretaria de Estado de Mobilidade e Infraestrutura (Semobi) explica que o Sistema Transcol conta com 1.609 ônibus, sendo que 970 não tem ar-condicionado, o equivalente a 60% da frota. Até o fim deste ano, serão mais 140 veículos com refrigeração. No cronograma do governo, em 2026 o Transcol deve receber mais 600 ônibus novos, com renovação total programada para 2030. Com todos os veículos refrigerados.
A própria Semobi informa mais da metade dos cobradores que integravam o Sistema Transcol em 2019 foi requalificada e assumiu novas funções no próprio sistema, e parte fez adesão ao Plano de Demissão Voluntária. O Sindirodoviários afirma que atualmente, para o acordo ser cumprido, faltam 200 cobradores no sistema, que precisariam ser contratados.
A automação no pagamento no transporte público foi um processo que se tornou inevitável com os avanços tecnológicos deste século, e é importante que exista um período de transição para que esses profissionais se reposicionem no mercado. O mais importante é que acordos sejam repactuados diante das mudanças de cenários.
O que não pode ocorrer é um serviço essencial para o deslocamento da população ser impactado dias seguidos, enquanto o impasse persiste. Alguma solução precisa ser encontrada, mas sem continuar penalizando o usuário do serviço.
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