O Brasil está chegando um pouco atrasado na corrida pela internet 5G, já adotada em alguns países do globo. Nada grave, mas é um alerta. Após alguns adiamentos, na última quinta-feira (4) finalmente ocorreu o leilão para exploração da internet de altíssima velocidade, cujo impacto na vida das pessoas ainda é difícil de calcular. Sabe-se apenas que será imenso.
Mas a revolução não depende apenas que os lotes sejam arrematados. Para garantir a melhoria do serviço de telecomunicações, até 100 vezes mais rápido do que o atual 4G, todos os municípios brasileiros precisam ter legislação própria para regulamentar a instalação de antenas. Das mais de 5.500 cidades do país, apenas 19 já criaram as regras. Nenhuma no Espírito Santo.
A previsão é de que o 5G comece a ser implementado já em junho de 2022, nas capitais. É preciso olhar atento para não ficar para trás na tecnologia que promete impactar a produtividade da indústria, os modelos de negócio, a educação, a medicina e o que mais se queira nomear. Se tudo correr dentro do planejado, o 5G deve representar um ganho econômico de US$ 1,2 trilhão para o PIB do Brasil até 2035.
Nada vai mudar de uma hora para outra. Como definiu Fabro Steibel, diretor-executivo do Instituto de Tecnologia e Sociedade, em entrevista ao podcast “O Assunto”, do G1, num primeiro momento o Brasil terá nada mais do que um “5G caviar”, aquele de que só se ouve falar. Mas os gestores têm que se movimentar desde já para arrumar a casa.
No ano passado, após alerta da Anatel, a Associação dos Municípios do Espírito Santo (Amunes) reforçou, junto aos prefeitos capixabas, a necessidade de adequação à Lei Geral de Antenas, de 2015. Também enviou modelo de documento a ser adotado pelas gestões municipais. Vitória começou pela atualização de legislações.
Isso porque, após a definição das concessionárias, a corrida volta-se para a instalação das infraestruturas de redes. Em linhas gerais, as antenas para que a internet megaveloz seja uma realidade. Essa implementação depende de definições dos municípios, com mudanças em regras de obras de pequeno risco, impacto de vizinhança e licenciamento ambiental, por exemplo. É preciso ter em conta que o 5G vai exigir de cinco a 10 vezes mais antenas que o 4G, considerando a mesma área de cobertura.
A nova internet não traz apenas mais velocidade e estabilidade. Representa ganhos absurdos para automatização da indústria, carros autônomos, controle de portos e aeroportos, sincronia de semáforos, transporte urbano e medicina remota. O Espírito Santo, se quer acompanhar o bonde da história, não pode recepcionar o futuro com atraso.
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