Jogo do Tigrinho, roubo de perfil, chamadas falsas: informação é a melhor defesa

Quanto mais alfabetizada digitalmente é a pessoa, menor o risco de cair em golpes. E isso significa, inclusive, não ceder às tentações do dinheiro fácil. Desconfiar primeiro, ir atrás de informações confiáveis depois e só assim tomar qualquer decisão

Publicado em 23/05/2024 às 01h00
Celular
Homem usando celular. Crédito: Pixabay

Estamos cada vez mais conectados e, consequentemente, mais vulneráveis a ações criminosas no ambiente virtual. Os dados da Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp) comprovam isso:  foram 313 registros de crimes cibernéticos no Espírito Santo em abril de 2024, um aumento de 74,86% na comparação com o mesmo mês do ano passado, quando houve 179 casos notificados.  No primeiro quadrimestre de 2024, foram 1.116 ocorrências.

E há golpes de todo tipo, dos mais simples aos mais elaborados. Recentemente, o Jogo do Tigrinho, apesar de proibido no país, ganhou popularidade, com ajuda de influenciadores, com a promessa ilusória de dinheiro fácil numa espécie de cassino virtual. E nesse ambiente golpistas também criam links maliciosos para roubo de dados. Na semana passada, um casal de influenciadores de Minas Gerais foi preso em um condomínio da Serra pelos crimes de promoção de jogos de azar e crime contra a economia popular.

E os golpes não param. Todo mundo conhece alguém que já teve o perfil do Instagram "roubado". Ou o WhatsApp clonado. Os golpes de falso sequestro, praticados há pelo menos 15 anos, continuam fazendo vítimas. Mas há também evoluções mais tecnológicas, como as ligações telefônicas que usam máscaras que adulteram os números na tela para enganar clientes de instituições financeiras.

O Código Penal, com  a lei 14.155/2021, passou a punir com penas mais duras os crimes de fraude, furto e estelionato praticados com o uso de dispositivos eletrônicos. Apesar dos esforços policiais, sabe-se que, até se chegar à prisão de quem pratica esses crimes, o caminho é longo. Essas quadrilhas podem estar em qualquer lugar do mundo, e não precisam nem apontar uma arma para praticar seus malfeitos.

Não podem faltar a rigidez nas leis e os esforços investigativos, para que esses crimes não continuem sendo tão atrativos para quem os pratica. Mas a melhor defesa para todos os usuários continua sendo a informação. Quanto mais alfabetizada digitalmente é a pessoa, menor o risco de cair em golpes. E isso significa, inclusive, não ceder às tentações do dinheiro fácil. Desconfiar primeiro, ir atrás de informações confiáveis depois e só assim tomar qualquer decisão.

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