A reportagem do Bom Dia ES, da TV Gazeta, nesta quarta-feira (20) era sobre a prisão de um homem por agressões a mulher no bairro Universal, em Viana, mas a ida ao local acabou rendendo também uma denúncia, flagrada pelas imagens do cinegrafista Oliveira Alves: um poste acomodado bem no meio da rua.
Enquanto a EDP informa que o poste não foi instalado orginalmente como aparece nas imagens, a Prefeitura de Viana afirma que solicitou à concessionária a transferência do poste há cerca de 60 dias e aguarda o retorno da empresa na execução do serviço.
Ambas se eximem das responsabilidades, mas os cenários possíveis são igualmente reprováveis. A demora da EDP, se houve a solicitação, em retirar o poste é problemática. E a realização das obras de recapeamento da rua pela prefeitura sem a preocupação com aquele obstáculo também. É impossível não dimensionar os riscos para quem passa pela rua e é inadmissível que uma obra seja entregue à população dessa forma.
Inadmissível, mas, para a tristeza de quem paga impostos, é uma cena que vem se repetindo. Em 2021, a Prefeitura de Presidente Kennedy entregou a pavimentação de uma estrada que liga a comunidade de São Paulo à ES 162 não somente com um, mas vários postes no meio do caminho. Um verdadeiro videogame para o motorista que precisasse passar pela via.
Em 2023, a cena se repetiu no município: após uma obra de alargamento realizada pela prefeitura na comunidade de Água Preta, seis postes ficaram na pista.
Em fevereiro de 2022, mais uma vez em Viana, um outro poste foi flagrado fora da calçada, desta vez no bairro Bom Pastor, dificultando a vida dos motoristas.
Em fevereiro deste ano, os moradores de Xuri, em Vila Velha, denunciaram a instalação de dois postes no meio de uma rodovia estadual, a ES 388, o que estava inviabilizando o trânsito e colocando pessoas em perigo.
Essa repetição de um erro tão básico demonstra falta de planejamento e de alinhamento das prefeituras, das empresas responsáveis pelas obras e da própria EDP. Pior, é um descaso escancarado. Nos casos em que vários postes permanecem na pista, a cobertura asfáltica acaba precisando ser refeita, um prejuízo para os cofres públicos.
Não é normal entregar uma obra com um poste no meio da rua, mesmo em um país que coleciona tantos absurdos. Mais do que um mero desleixo, é subestimar a inteligência de todos.
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