Não há brecha para o descuido: a nova frente de batalha que se abriu para conter a epidemia de gripe que se espalha não somente pelo Espírito Santo, mas em Estados como Rio de Janeiro, São Paulo e Bahia, não elimina a que está em formação há quase dois anos para combater a Covid-19. O momento exige união de forças e, nesse caso específico, a soma é basicamente a manutenção dos hábitos de higiene e dos protocolos sanitários: uso de máscaras e álcool gel para as mãos continua imprescindível. Assim como a vacinação.
A imunização contra a gripe tem importância mesmo que as vacinas disponíveis no país ainda não protejam contra a variante Darwin, que causa a Influenza A do tipo H3N2, apontada como a responsável pelos surtos no Rio e em São Paulo. Mas é preciso saber que quem se vacinar agora terá de ser vacinado novamente contra a gripe no próximo ano.
No Espírito Santo, ainda não havia a confirmação de casos da cepa até a última sexta-feira (17), com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) ainda aguardando os resultados das amostras enviadas à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Contudo, a situação no Estado já é considerada epidêmica.
O poder público deve se mobilizar para que não haja pressão sobre o sistema de saúde, sobretudo por se tratar de uma epidemia de Influenza fora de época. O sistema Infogripe da Fiocruz, em seu último boletim publicado no dia 9 de dezembro, alertou para a probabilidade de um crescimento de 95% dos casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) – ou de gripes mais severas – no Espírito Santo. Não se trata, portanto, de uma crise inesperada. O engajamento das pessoas com a prevenção, neste momento, é essencial.
Com as festas de fim de ano já batendo à porta, a maioria das famílias estão se organizando há algum tempo para os encontros, em muitos casos adiados em 2020. Os números da pandemia de Covid-19 no Estado, com queda considerável de internações e mortes, permitem que as atividades sociais sejam estimuladas neste momento, mas nunca é demais pedir algum nível de cuidado e bom senso, principalmente em relação ao número de participantes das festividades. A epidemia de gripe que ocorre paralelamente à pandemia (com a variante Ômicron se alastrando pelo planeta) deve ser encarada como um problema de saúde pública, pelo risco de superlotar hospitais. Mas as medidas de proteção contra a Covid acabam funcionando também para evitar essa onda de gripe.
A Influenza não é inofensiva: causa a morte de 300 a 600 mil pessoas por ano e pode ser grave na população mais vulnerável, como crianças menores de dois anos, puérperas, pessoas com problemas respiratórios, imunossuprimidos e idosos. Na presença dessas pessoas, médicos infectologistas recomendam que máscaras sejam adotadas e que os participantes de reuniões de fim de ano estejam com a vacinação completa (gripe e Covid-19), incluindo o reforço, quando for o caso. E pessoas com sintomas gripais não devem comparecer aos encontros de fim de ano.
A epidemia de gripe pode parecer um balde de água fria quando o Espírito Santo vive o momento de maior controle da pandemia de coronavírus: nos últimos sete dias, foi registrada a menor média móvel diária de óbitos desde o início da crise sanitária, com 3,21 mortes nos últimos 14 dias. É motivo de sobra para ter esperança, neste fim de ano, em um 2022 melhor do que 2021. Mas para tanto ainda não dá para se descuidar.
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