Neste 15 de janeiro, data na qual a tragédia do Morro do Macaco, em Vitória, completa 40 anos, vale a pena parar um pouco e olhar ao redor. O que se vê, no que diz respeito às ocupações urbanas e à preservação ambiental nas cidades por todo o Espírito Santo, precisa ser levado muito a sério.
Ano após ano somos impactados por alguma consequência dos efeitos climáticos que arrasam não só bairros e cidades, mas sobretudo famílias, pessoas. Alagamentos cada vez maiores, deslizamentos, rios que transbordam. Isso não pode continuar se repetindo.
É esse tipo de reflexão que deve ser feita em sociedade. E também é para isso que o jornalismo de A Gazeta, em datas tão significativas para a história do Espírito Santo, investe em produções como o documentário em dois episódios sobre o Morro do Macaco, publicados nesta terça (14) e quarta-feira (15).
Especificamente em Vitória, é possível afirmar que não houve desde então deslizamento nas encostas na mesma proporção da catástrofe de 1985, que matou dezenas de pessoas. A tragédia desencadeou o compromisso de prefeitos que se sucederam com o planejamento urbano em áreas de risco e investimentos na proteção das encostas. E deve ser sempre assim, pois o problema exige continuidade independentemente do governante.
PRIMEIRO EPISÓDIO
O crescimento populacional expressivo nas maiores cidades do Estado frequentemente é acompanhado de ocupações irregulares sob os olhos do poder público. Construções em margens de rios, em barrancos, em áreas de preservação. É preciso levar isso em consideração para evitar novas tragédias.
A urgência de ações preventivas e corretivas que diminuam os efeitos sobre o clima merece toda a nossa atenção. Os estragos do impacto de chuvas mais volumosas em curtos espaços de tempo são a forma mais visível desses fenômenos aqui no Espírito Santo, como registrado em Mimoso do Sul no ano passado. As inundações são a calamidade testemunhada com mais frequência no Estado. Por isso não são mais novidade e não podem surpreender as autoridades quando elas acontecem.
O Morro do Macaco é um episódio de dor, solidariedade, trauma e superação tanto para os sobreviventes como para a própria cidade de Vitória. A Capital passou por um ciclo de urbanização importante depois da tragédia, que se reflete em mais segurança hoje — a criação do Parque da Fonte Grande para estabilizar as encostas talvez seja a ação mais emblemática, mas vale mencionar a própria urbanização da Grande São Pedro, por exemplo. Cuidar das cidades, com medidas preventivas e de ordenamento, é uma tarefa que não tem fim em lugar nenhum.
SEGUNDO EPISÓDIO
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