A sensação de insegurança nas ruas fica ainda mais intensa após uma sucessão de ocorrências como as das noites de domingo (9) e segunda-feira (10), quando três pessoas foram brutalmente assassinadas durante assaltos em diferentes pontos da Grande Vitória. E isso é perfeitamente compreensível: mesmo que o latrocínio seja uma violência menos comum no universo dos assassinatos, é justamente a possibilidade de ser morto durante um assalto o crime que mais aterroriza a população.
As estatísticas sobre esse crime costumam oscilar, mas os dados mais recentes, do primeiro trimestre deste ano, mostram que houve uma queda na comparação com o mesmo período em 2022: foram sete latrocínios entre janeiro e março de 2023, enquanto nos mesmos meses do ano passado foram 13. No Espírito Santo, a maioria dos assassinatos estão relacionados aos acertos de contas no contexto principalmente do tráfico de drogas, bem como os crimes de proximidade.
O que não diminui o medo do cidadão, que passa a ser obrigado a estar sempre atento quando transita pelas ruas. Os assaltos são crimes de oportunidade, e a imprevisibilidade da situação é o que pode fazer a pessoa perder a vida. O latrocínio é sempre atroz, um crime que interfere na própria forma como as pessoas se relacionam com os espaços públicos: mais apressadas, com seus celulares escondidos.
A primeira reação é cobrar mais policiamento nas ruas, o que é justo, mas a vida real mostra que a polícia nunca conseguirá estar em todos os locais ao mesmo tempo. Ao mesmo tempo que se sabe que há toda uma reestruturação social a ser percorrida com políticas públicas que mudem esse cenário de banalização da vida, com mais educação e oportunidades.
Mas, de antemão, é preciso ir atrás desses criminosos e puni-los com o rigor da lei. Dos três casos noticiados, um suspeito foi preso até a noite desta terça-feira (11). Trata-se de um dos envolvidos no assassinato do ex-cunhado de Juninho, ex-prefeito de Cariacica. O delegado do caso afirmou que estará "imediatamente representando pela prisão preventiva dele". Essa efetividade se mostra necessária em todos os casos, para que a sensação de insegurança não fique de mãos dadas com a impunidade.
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