O acidente envolvendo uma van e um carro de passeio na noite do último domingo (10) na ES 456, em Aracruz, provocou a morte de três adolescentes. Até o fechamento deste editorial, outras quatro pessoas estavam entre os feridos, uma delas em estado grave. É mais um episódio trágico no trânsito, que colocou um ponto final precoce na vida desses três jovens.
O mês de outubro tem sido violento nas estradas da Região Norte do Estado. No sábado (2), um outro acidente dramático, envolvendo também um carro e uma van, matou uma família que voltava de um passeio pela ES 257, também em Aracruz. O pai, a mãe e as duas filhas eram de uma aldeia indígena na região.
Somam-se a esses casos tão brutais dois acidentes ocorridos em dias subsequentes, no trecho Norte da BR 101. No dia 4, um casal de Sooretama morreu na rodovia em Aracruz quando voltava de uma consulta. E, no dia seguinte, no km 63,5 em São Mateus, o motorista de um carro de passeio perdeu a vida ao se chocar com um caminhão.
Todos os acidentes listados, segundo relatos, foram colisões frontais. Especialistas não se cansam de dizer que é uma das circunstâncias mais mortais no trânsito, sobretudo quando envolvem excesso de velocidade. Quase invariavelmente as tragédias poderiam ser evitadas com direção segura, sem ultrapassagens indevidas, e estradas mais amplas e modernas.
A imprudência ao volante acaba provocando acidentes que poderiam ser evitados. Os flagrantes de ultrapassagens feitas em faixas contínua são comuns na estrada, a pressa falando mais alto do que o cuidado; nesses casos, é a impaciência dos motoristas que controla o volante. Por sorte, muitos escapam de acidentes graves. Mas é justamente esse o problema: não é o acaso que deve guiar as decisões de quem dirige, mas a certeza da segurança.
Na BR 101, vale acrescentar que essas colisões frontais, que matam tanto mas estradas, serão reduzidas significativamente com a duplicação da via. Os acidentes da semana passada na estrada federal mostram o quanto o atraso no início das obras provoca prejuízos humanos. A modernização da BR 101 tem potencial para reduzir a carnificina nas estradas capixabas.
É uma das razões que mobilizam esse jornal a defender a duplicação em qualquer situação. Neste ano, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) chegou a cogitar, baseada em estudo de tráfego da própria concessionária Eco101, não realizar as obras nos cinco municípios entre a Reserva Biológica de Sooretama e o Estado da Bahia. Isso porque o imbróglio do licenciamento ambiental diz respeito apenas aos 25 quilômetros da BR 101 que cortam a reserva. Essa sugestão inaceitável, felizmente, foi desconsiderada, e o licenciamento deve sair sem contemplar as obras do trecho da reserva.
A boa infraestrutura rodoviária é necessária para reduzir o número de mortes, incluindo também boa sinalização e qualidade da via. Um comportamento mais racional ao volante, sem consumo de álcool ou entorpecentes, contribuí para um trânsito mais humano. Mas as melhorias também são fundamentais. E urgentes. A duplicação da BR 101 no Norte do Estado segue sendo uma prioridade incontestável.
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