Motoristas que fogem do local de acidente precisam sentir o peso da lei

Pode parecer repetitivo, e de fato é. Porque não dá para conter a indignação diante de acidentes tão brutais no trânsito capixaba. O saldo dos finais de semana no Espírito Santo tem sido reiteradamente trágico, principalmente nas estradas, mas não só nelas. Neste domingo (8), um casal de idosos perdeu a vida de forma brutal na ES 257, em Aracruz. E, no mesmo dia, numa das avenidas mais movimentadas de Vitória, um acidente com capotamento deixou dois feridos. Uma cena inaceitável, que também poderia ter registrado mortes.

Em ambos os casos, os condutores de veículos envolvidos fugiram do local. Pelo relato de testemunhas, no acidente em Aracruz, o Cruze branco, em alta velocidade, atingiu a traseira do Chevrolet Celta branco no qual estava o casal, que voltava para Santa Teresa após um fim de semana numa casa de veraneio no balneário de Mar Azul, em Aracruz.  Com o impacto, o carro em que estavam as vítimas saiu da pista, enquanto o Cruze parou 800 metros adiante e pegou fogo. O motorista fugiu sem prestar socorro.

Em Vitória, um carro modelo Polo colidiu e provocou o capotamento de outro veículo na Av. Dante Michelini. O condutor do Polo, que tinha mais quatro passageiros, fugiu do local pelo interior da Mata da Praia, mas, após perseguição que chamou atenção das pessoas no bairro, foi alcançado pela Guarda Municipal. O motorista se recusou a fazer o teste do bafômetro.

O mau comportamento ao volante, como se vê, continua mesmo depois do acidente consumado. Não bastassem as possíveis imperícia e imprudência na condução dos veículos, ou até mesmo o consumo de bebidas alcoólicas, as condutas de motoristas após acidentes provocados por eles mesmos são uma sucessão de irresponsabilidades. Obviamente, cada caso precisa ser apurado, mas a fuga acaba sendo um mau indicativo. 

Mais fiscalização, mais radares, mais multas... como estamos insistindo neste espaço praticamente toda semana, os condutores irresponsáveis precisam sentir o peso da lei para começarem a agir dentro dela. Não há outra saída para um trânsito que virou a própria definição de caos e que segue matando gente demais, dia após dia.