A viagem da China até o Brasil foi longa: o navio-plataforma Maria Quitéria, do tipo FPSO (unidade flutuante de produção, armazenamento e transferência, da sigla em inglês), iniciou a jornada em 6 de maio.
Sua chegada é cercada de expectativa, sobretudo pelos seus números superlativos: com uma estrutura de 156 metros, maior que a altura do Convento da Penha (154 metros), e 333 metros de comprimento, a plataforma vai ter capacidade de produzir 100 mil barris de petróleo por dia e 5 milhões de metros cúbicos de gás. A capacidade de geração de energia será de 100 MW, capaz de abastecer uma cidade de 230 mil habitantes.
Outra comparação que impressiona é a da lâmina d´água (distância do fundo do mar até a superfície) de 1.385 metros – duas vezes a altura do Morro do Moxuara, em Cariacica.
O navio-plataforma vai ficar instalado no campo de Jubarte, Parque das Baleias, porção capixaba da Bacia de Campos, no Litoral Sul do Espírito Santo. E é óbvio que a notícia do adiantamento do cronograma de operação para 2024, antes previsto para 2025, é positiva. O impacto de um gigante dos mares como esse na cadeia produtiva e nas receitas do Estado é relevante. Não há tempo a perder.
Como é a primeira plataforma 100% elétrica da Petrobras, ela tem tecnologia para descarbonização. O impacto ambiental será reduzido, com menor emissão de gases do efeito estufa. No momento em que o Espírito Santo planeja a sua transição energética, é fundamental que a produção de petróleo também consiga ser menos poluente. A ansiedade para que comece a operar só aumenta.
Mas... a data ainda é uma incógnita, porque a largada na produção depende de licenças e autorizações de dois órgãos que não estão funcionando plenamente por conta de movimentos grevistas. O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e a ANP (Agência Nacional do Petróleo). O navio-plataforma que singrou os oceanos para chegar ao Brasil talvez encalhe na burocracia.
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