Se a exploração de petróleo em terra se tornou um patinho feio para a Petrobras com a revisão de seu portfólio de negócios, a produção pode ganhar novo status com a entrada de novas empresas no mercado, movimentando uma cadeia de produção importante principalmente no Norte do Espírito Santo. Só há o que comemorar.
A entrada de companhias com capacidade de investimento e interesse em alavancar a produção local, que já chegou a atingir os 25 mil barris por dia e atualmente não passa dos 9 mil, pode levar a um salto de cerca de 50 mil barris em uma década. Um exemplo de que privatizações e concessões são bem-vindas em setores que não necessitam da mão estatal.
Nos últimos anos, a chamada produção onshore caiu significativamente, com a Petrobras focando seus investimentos em campos marítimos com maior potencial de produtividade, como os do pré-sal. De forma benéfica para o mercado, a estatal vem colocando esses campos terrestres à venda para a iniciativa privada.
Em agosto, a empresa informou o fechamento de um contrato de US$ 155 milhões com a Karavan SPE Cricaré para venda de sua participação em 27 concessões terrestres de exploração e produção, o Polo Cricaré, no Espírito Santo. O Polo Norte Capixaba, entre São Mateus, Linhares e Jaguaré, é a principal região produtora em terras capixabas e também foi colocado à venda pela Petrobras no mês passado.
Assim como o compromisso da Petrobras de vender sua participação no transporte e na distribuição de gás até 2021 vai modernizar o mercado do insumo e a venda de refinarias vai ampliar a competitividade, a retirada calculada da exploração onshore é importante passo na redução desse monopólio estatal, que fragiliza uma indústria que, com a criação desse novo mercado, passará a oferecer preços mais justos e mais capacidade de investimento com novos atores.
E não há prejuízos para a Petrobras, que passa a se dedicar aos setores nos quais detém expertise, com sua estratégia de alocar capital onde possui mais diferencial competitivo. A empresa pode crescer sem o peso de um portfólio diversificado demais e, consequentemente, mal administrado e dispendioso. É uma situação ganha-ganha, com a possibilidade de empresas menores entrarem em um segmento importante para a geração de empregos e com oportunidades de negócios ainda a serem desbravadas.
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Foi em 2018 que um programa, batizado de Reate, foi instituído por meio de uma portaria do Ministério de Minas e Energia (MME) para revitalizar as atividades de exploração e produção de petróleo e gás em áreas terrestres. Uma oportunidade de aumentar e diversificar operadoras e fornecedores. É uma cadeia que não pode ser desperdiçada, como vinha sendo com a atuação exclusiva da Petrobras.
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