
O colunista Abdo Filho informou nesta semana que o valor da obra do novo Pavilhão de Carapina deve chegar a R$ 200 milhões. Em dezembro de 2023, quando o governo estadual decidiu fazer um centro de convenções, do zero, após o fracasso do leilão de concessão do espaço, esse aporte estava entre R$ 80 milhões e R$ 100 milhões. Em dezembro do ano passado, o valor já "passava dos R$ 100 milhões". Ou seja, é um valor que vem crescendo enquanto o projeto executivo não sai.
A justificativa é a própria qualidade do empreendimento, que por ser multiúso e modular, para atender os mais diferentes eventos, é um projeto mais complexo e, por consequência, mais caro do que se previa. O espaço será totalmente climatizado, o que também encarece a obra, assim como os materiais utilizados, por exemplo, no projeto acústico. E é preciso ser realista: para um centro de convenções ser nacionalmente competitivo, necessariamente depende de uma estrutura moderna e diferenciada, com conforto para os usuários.
Um espaço nesses termos, onde se encontra atualmente o Pavilhão de Carapina, já tem de antemão diferenciais que podem ajudar a garantir o seu sucesso: a localização é privilegiada, perto de aeroporto, com hotéis de qualidade a uma distância relativamente próxima. O investimento na estrutura será a cereja do bolo. Um espaço de alto nível pode impulsionar o turismo de eventos e negócios na Grande Vitória. Para especialistas, essa é uma etapa essencial para induzir também o turismo de lazer.
O setor é a aposta do setor produtivo, governo estadual e prefeituras para aumentar a arrecadação quando os efeitos da reforma tributária começarem a ser sentidos no Estado, com o fim dos incentivos fiscais em 2032.
Contudo, os investimentos públicos precisam ser bem projetados para que os valores da obra não extrapolem ainda mais durante a execução, o que sabemos ser infelizmente mais a regra do que a exceção. No caso do Pavilhão de Carapina, o lado bom é que, quando a obra for entregue (a previsão é 2027), a operação do espaço ficará com a iniciativa privada após a realização de um leilão. Se tudo der certo, será um investimento com retorno para o Espírito Santo, em todos os sentidos: um centro de convenções, administrado por quem entende do negócio, que vai desenvolver o turismo e gerar empregos e riquezas.
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