O Brasil registrou nesta terça-feira (15), pela primeira vez desde 26 de janeiro, média móvel diária de mortes abaixo de 400. Continua sendo um número de perdas em decorrência da Covid relevante demais, com centenas de famílias chorando diariamente essas ausências. Mas, com o arrefecimento da onda provocada pela Ômicron coincidindo com os dois anos recém-completados da pandemia, é preciso reconhecer as conquistas.
E não há dúvidas: a vacina é a grande vitoriosa. Vitória que reúne o esforço dos cientistas de todo o mundo, a mobilização dos gestores públicos para garantir os imunizantes e a adesão da população, que compreendeu que, sem esse pacto social, o vírus não poderia ser contido. Não foi fácil, mas foi o que permitiu que chegássemos ao atual estágio da pandemia.
Com decisões baseadas em parâmetros epidemiológicos que levam em conta indicadores de cobertura vacinal, nível de contágio e número de mortes e internações, governadores e prefeitos de todo o país têm promovido flexibilizações de medidas restritivas, com destaque para a liberação do uso de máscaras. A medida tem provocado reações distintas, entre parte da população que ainda não se sente segura em relação ao contágio da Covid-19 e outra que enxerga na decisão um importante passo para a retomada da normalidade. Não há consenso entre especialistas.
No Espírito Santo, nos municípios classificados como risco baixo, as máscaras deixaram de ser obrigatórias ao ar livre nesta segunda-feira (14), enquanto que em duas microrregiões (Sudoeste-Serrana e Central-Serrana) que atingiram o nível de risco muito baixo elas não estão sendo mais exigidas nem mesmo em ambientes públicos fechados, embora o governo estadual mantenha a recomendação. Somente Cachoeiro de Itapemirim, no risco moderado, mantém a obrigatoriedade total.
Em fevereiro, o Espírito Santo registrou o menor ritmo de transmissão do coronavírus desde o início da crise sanitária em território capixaba, com indicador em 0,3. O número mostra que dez pessoas infectadas transmitem para três. Em janeiro, com a onda da Ômicron, esse indicador chegou a 3,75, um recorde na pandemia no Estado.
É uma nova fase do enfrentamento da pandemia, sem dúvida, que vai continuar exigindo atenção individual em prol do coletivo. A avaliação dos riscos deverá fazer parte da rotina, sobretudo por pessoas que convivem com idosos e imunossuprimidos. Nesses casos, a manutenção das máscaras se mostra uma medida importante de precaução.
A sabedoria individual, neste momento, será manter os cuidados de acordo com as situações, mesmo com o fim da obrigatoriedade. Já a sabedoria coletiva, a cargo dos governantes, será dar atenção ao sinal de novas ondas da doença e retomar as medidas protetivas, se necessário. Todos torcem para que este seja o último aniversário desta pandemia, mas o bom senso diz que ela precisa continuar sendo tratada como uma contingência em todo o mundo, por um bom tempo.
Este vídeo pode te interessar
LEIA MAIS
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.