Ao menos 13 mil consumidores residenciais e comerciais ficaram (muitos ainda estão) sem gás em bairros de Vitória, com prejuízos e transtornos a empresários e moradores. Esse foi o resultado da imprudência de uma operadora de telefonia, ainda não identificada, ao provocar a perfuração de um duto de gás da ES Gás na noite de domingo (7). Sem falar dos riscos à segurança que o vazamento poderia ter causado.
Essa situação caótica, e perigosa, expõe como uma decisão errada pode ter impactos na vida de muita gente. De acordo com a ES Gás, a empresa de telefonia realizou obras de instalação de uma rede de fibra ótica na Avenida Dante Michelini, na região de Jardim da Penha, sem informar à companhia, que é a concessionária responsável pela distribuição de gás.
Já a Prefeitura de Vitória, responsável por avaliar e conceder os pedidos de obras em vias públicas, afirmou que o caso ainda está sendo apurado.
Tão urgente quanto a retomada do fornecimento de gás nos bairros Jardim da Penha, Mata da Praia, Bairro República e Goiabeiras, que segundo a ES Gás está sendo restabelecido paulatinamente, é a divulgação das circunstâncias que causaram a perfuração. É inadmissível que obras tão invasivas sejam realizadas sem qualquer autorização ou supervisão. Tragédias poderiam ter ocorrido.
O caso dá também relevo a uma outra situação complicada: têm sido comuns relatos de serviços de internet interrompidos por conta de intervenções de empresas, que acidentalmente causam avarias em cabos ou conexões de outras operadoras. Está faltando um regramento para atuação dessas empresas nas vias públicas, para evitar que obras ou intervenções sem orientações interfiram em outros serviços. No Espírito Santo, há pelo menos 45 provedores, o que dá a dimensão dessa disputa.
No caso da perfuração da tubulação de gás, é importante que se dê nome aos bois. A empresa que provocou esse caos nos bairros de Vitória precisa ser devidamente conhecida e responsabilizada.
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