
2027 é logo ali. É até este ano que, considerando investimentos anunciados e confirmados presentes no Anuário da Indústria de Petróleo e Gás do Espírito Santo, a produção de petróleo no Estado vai manter um crescimento de 11,2%, e a de gás natural, 10,4%. No ano seguinte, como registrado pela coluna de Abdo Filho, a indústria deve entrar em decaimento natural, com perda de capacidade de produção.
Investimentos em novos campos e na própria exploração serão fundamentais para manter o ritmo da indústria de petróleo, atualmente responsável por 8% das receitas tributárias capixabas e 25% da indústria capixaba. A previsão, de acordo com o Anuário, é de R$ 44,2 bilhões em investimentos no setor de petróleo e gás nos próximos cinco anos. São sete projetos, e somente a Petrobras tem planos de movimentar R$ 35 bilhões no Espírito Santo até 2029.
É importante que a estatal seja realmente audaciosa em sua estratégia para o Estado, com seu plano de negócios apostando na retomada do auge da produção de petróleo no Espírito Santo. São sobretudo as pesquisas e os investimentos em exploração que vão propiciar o anúncio de descobertas. Há também boas perspectivas com a produção do navio-plataforma Maria Quitéria, em operação de outubro de 2024 no Parque das Baleias, atingindo o auge em 2026, com 100 mil barris de óleo por dia.
O ambiente de negócios, ao mesmo tempo, precisa colaborar, para que os investimentos desembarquem. No ano passado, a situação da Prio, com um projeto que prevê R$ 4,5 bilhões de investimentos em petróleo e gás no Estado, chamou atenção. A empresa pretendia dar início à produção do campo de Wahoo, no extremo sul do litoral capixaba, no primeiro semestre de 2024, mas dependia da licença ambiental que só foi concedida no início de março deste ano.
O setor de petróleo segue com boas perspectivas, mas como é um recurso não renovável, também é cercado de incertezas. A indústria precisa estar amparada por estratégias robustas para a transição energética, mas o Estado tem feito o dever de casa nos últimos anos para promover mais diversidade econômica.
E não se pode esquecer da fundalmental existência do Fundo Soberano, abastecido pelos royalties, para proteção das próximas gerações diante do fim das reservas. Atualmente, são quase R$ 2 bilhões. Há, felizmente, políticas de Estado assertivas para que a economia capixaba não seja dependente do setor, com capacidade de mudanças de perfil.
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