![Uma das pessoas presas na Operação Conexão Perdida é companheira de uma das lideranças do TCP](https://midias.agazeta.com.br/2025/01/29/uma-das-pessoas-presas-na-operacao-conexao-perdida-e-companheira-de-uma-das-liderancas-do-tcp-2589391-article.jpg)
Desde o início do ano passado, a coluna de Vilmara Fernandes tem trazido o drama de empresários e comerciantes que precisam pagar "pedágio" para continuarem atuando com seus negócios em bairros de Vitória onde traficantes dão as cartas. Nesse sentido, a operação que reuniu policiais civis do Espírito Santo e do Rio de Janeiro nesta quarta-feira (29) se mostra como uma resposta à altura da afronta desses criminosos.
É esse tipo de atitude que pode começar a intimidar os criminosos ao sinalizar que as autoridades não estão assistindo passivamente a essas extorsões, prática mais comum às mílicias do Rio de Janeiro do que ao tráfico. Não pode haver espaço para a expansão desses crimes. E o olho desses bandidos não pode crescer: o esquema investigado também inclui lavagem de dinheiro através de um banco paralelo, movimentando R$ 43 milhões em apenas um ano.
A operação prendeu sete pessoas no Rio de Janeiro e três no Espírito Santo, segundo o g1 RJ.
No Rio, a operação começou na madrugada e chegou a fechar a Avenida Brasil, na região da Maré, na qual traficantes do Terceiro Comando Puro (TCP) capixabas se estabeleceram para expandir as atividades criminosas. São essas conexões do tráfico que precisam ser desmobilizadas, antes que se tornem mais poderosas.
No Espírito Santo, foi preso um empresário do ramo de internet por suspeita de envolvimento no esquema para se tornar o único fornecedor do serviço nas áreas de atuação dos traficantes, em Itararé. Segundo a polícia, ele chegou a se passar por vítima das extorsões, mas com as investigações seu envolvimento foi descoberto. Também foi presa a mulher de um dos "Irmãos Vera", traficantes que comandam o TCP em Vitória.
As vítimas das extorsões acabam arcando com um custo inconcebível: são responsáveis por aumentar as receitas do tráfico. As facções criminosas precisam de mais dinheiro não somente para se armarem, mas também para manter suas lideranças escondidas no Rio de Janeiro.
Fechar o cerco contra esses traficantes é também uma questão de cidadania. O esforço policial para cortar essas conexões, traduzido no nome Operação Conexão Perdida, mostra para esses traficantes que esses crimes estão sendo observados de perto pela polícia e não ficarão impunes.
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