Ponto comercial destruído em Camburi é símbolo do desamparo da população

O caso da semana passada retoma a preocupação sem fim com os crimes patrimoniais, sobretudo diante de tanta facilidade para se invadir um imóvel localizado em uma das mais movimentadas avenidas de Vitória

Publicado em 17/03/2025 às 01h00
Ponto comercial é destruído durante furto de fios em Vitória
Ponto comercial é destruído durante furto de fios em Vitória. Crédito: Ronaldo Rodrigues

A sensação é sempre de impotência e desamparo: na semana passada, um ponto comercial localizado em plena orla de Camburi, em Vitória, foi invadido duas noites seguidas por criminosos que levaram a fiação do local, deixando um rastro de destruição em um imóvel que tinha sido recentemente reformado pelo antigo inquilino. Situação que já passou dos limites há muito tempo.

Um prejuízo que pode chegar a R$ 200 mil de acordo com o genro do proprietário, Rômulo Felippe, ouvido pela reportagem da TV Gazeta. Além de levar os fios, destruíram banheiros, teto, telhado, vidraças. "Não são ladrões comuns, são destruidores da sociedade", indignou-se Rômulo.

É a sensação de insegurança que domina, inviabilizando o próprio espírito empreendedor dos cidadãos. Afinal, da noite para o dia, podem perder tudo e ainda terem que encarar a impunidade de criminosos que seguem repetindo os mesmos delitos, como mostram as duas ocorrências seguidas no mesmo local.

O roubo de fios se tornou a base de uma cadeia criminosa que causa muitos transtornos às cidades: os ladrões são geralmente usuários de drogas que querem dinheiro fácil para alimentar o vício. O material é vendido a receptadores, que já foram alvo de operações policiais no Espírito Santo, como a Operação Vastum realizada em junho do ano passado na Grande Vitória. Mas ainda parece insuficiente.

O caso da semana passada retoma a preocupação sem fim com os crimes patrimoniais, sobretudo diante de tanta facilidade para se invadir um imóvel localizado em uma das mais movimentadas avenidas de Vitória "Imagine o seguinte, se isso acontece num bairro como Jardim da Penha, um dos mais populosos da Capital, o que dizer dos bairros de periferia e dos demais bairros? Então, a gente tem que apertar a segurança pública, não pode deixar que isso aconteça de novo", compara Rômulo.

Se os responsáveis pelos roubos e pela destruição no imóvel forem presos, é bem possível que não fiquem muito tempo presos. Já vimos esse filme antes. A detenção se torna apenas um passeio regular para bandidos experimentados, principalmente os especializados em crimes contra o patrimônio. O prende e solta é velho conhecido.

A solução para esse problema de segurança pública precisa ser encontrado em conjunto, com envolvimento da sociedade e das autoridades de segurança pública, bem como de governo e prefeituras, com a atuação da Justiça do Ministério Público. E, obviamente, um olhar atento do legislador, em Brasília. O que não pode é a permanência desses crimes que causam prejuízos a quem investe e empreende no país. Esse desamparo é injusto não somente com as vítimas. É toda a sociedade que perde.

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